Mozart Neves Ramos foi um dos nomes cotados para o MEC no início do governo Bolsonaro
Ricardo Matsukawa/Instituto Ayrton Senna
Mozart Neves Ramos foi um dos nomes cotados para o MEC no início do governo Bolsonaro

O novo ministro da Educação, Carlos Alberto Decotelli , encontrará terra arrasada no ministério, na avaliação de Mozart Ramos, especialista da USP , diretor do Instituto Ayrton Senna. De acordo com Mozart , que foi cotado para o MEC no começo do mandato de Bolsonaro, Decotelli deveria ter três prioridades em seu começo de gestão: aprovação do Fundeb, protocolo de retorno às aulas interrompidas por conta da pandemia do coronavírus e a construção de diálogo com reitores e secretários estaduais e munuicipais de Educação.

"Ele tem que morar no MEC para sanar as feridas deixadas pelo Weintraub", afirma Mozart .

Militar da reserva, Decotelli é bacharel em Ciências Econômicas pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), mestre pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), doutor pela Universidade de Rosário (Argentina) e tem pós-doutorado pela Universidade de Wuppertal, na Alemanha.

Qual o grande desafio do novo ministro?

A ferida deixada pelo Weintraub é profunda e está aberta, com embates o tempo inteiro com reitores, estudantes e secretários. Acho que o novo ministro vai precisar colocar em prática todas essas habilidades. Primeiro desafio é se vai montar o time dele. O MEC tem um espírito ideológico muito grande, principalmente na Alfabetização.

Você viu?

É preciso saber se Olavo de Carvalho e seus seguidores nas redes vão deixá-lo trabalhar. A linha da visão ideológica é entre o bem e o mal. E isso não constrói pontes. Na educação tem que ter a capacidade de diálogo. Tem que ter muito equilíbrio, tranquilidade e tolerância com os que pensam diferente de você. Ele aparentemente tem isso. Mas o espírito atual do MEC não é esse.

Se não tiver autonomia para montar seu time e paz nas redes sociais, pode sofrer o efeito Teich da educação: chegou respeitado, mas não durou dois meses. Vou torcer para que isso não aconteça.

Como ele deve atuar no retorno às aulas?

Em primeiro lugar, tem que ser um grande articulador. Um coordenador dessa agenda da pandemia no campo da educação. Precisa convocar o Consed, a Undime e o CNE, que teve um papel extremamente relevante para decidir as atividades náo presenciais na educação brasileira, para discutir o retorno.

Tem que chamar esses atores para construir uma estratégia rapidamente. É papel dele e vai ter que trocar o pneu com carro em movimento. Tem que morar dentro do  MEC para sanar as feridas deixadas pelo Weintraub .

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!