O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso foi homenageado, na noite de ontem, pela Escola de Magistratura do Estado do Rio (Emerj). Durante seu discurso, afirmou que o país passa por um momento difícil, “polarizado, dividido e raivoso”. A solução para isso, de acordo com ele, é achar um caminho do meio:
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"Nós estamos em um Brasil polarizado, dividido e raivoso, e nós devemos nos posicionar para um caminho do meio", declarou. Para isso, Barroso propôs a criação de três pactos: da integridade, antes mesmo do ideologia; da responsabilidade fiscal, econômica e social; e pela educação básica. Segundo o magistrado, somente o consenso seria capaz de alcançar essas três metas e resgatar o país do que chamou de uma “tempestade política, econômica e ética”.
Apesar disso, Barroso afirmou ter uma visão positiva para o futuro do país, que vive, em suas palavras, um “processo doloroso de transformação”: "Não havia como o Brasil se tornar verdadeiramente desenvolvido com os valores de ética sucateados. O Brasil está vivendo as dores de uma transformação histórica necessária e indispensável".
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Para explicar esse período de mudança, o ministro cita a frase do filósofo e político italiano Antonio Gramsci: "O velho está morrendo e o novo ainda não nasceu. E o complemento da frase é que entre uma coisa e outra surge uma grande variedade de situações mórbidas. Eu acho que essa tempestade que o país está vivendo é esse processo de transição entre o velho e o novo".
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O ministro comentou ainda sobre o papel do STF nessa mudança. Para Barroso , o Tribunal foi chamado para decidir sobre questões fora do aspecto judiciário, mas que, por mais tenha tido divergências, trouxe avanços para a sociedade. "O Supremo deve posições divididas em matérias de enfrentamento da corrupção. Algumas decisões em que infelizmente não prevaleceu o que eu achava melhor para o país. Porém, em outras matérias como proteção dos direitos fundamentais e das regras do jogo democrático, o Supremo tem andando munido, e acho que uma garantia de estabilidade para a democracia brasileira", concluiu.