Ao lançar nesta quinta-feira o programa quesubstitui o "Mais Médicos" , iniciativa na gestão da ex-presidente de Dilma Rousseff , o presidente Jair Bolsonaro voltou a dizer que os médicos cubanos que vinham atuar no Brasil eram impedidos de trazer suas famílias . Ele disse que "a questão humanitária foi estuprada pelo PT ." A MP que criou o Mais Médicos previa, no entanto, a possibilidade de vinda de parentes. Em 2013, o próprio Bolsonaro reclamou que texto do governo petista iria permitir entrada de muitos cubanos no Brasil. Na época como parlamentar, Bolsonaro chegou a apresentar uma emenda para proibir que dependentes de cubanos pudessem ter trabalho remunerado no país.
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A Lei 12.871/2013, que regulamentou o programa, indicava que o Ministério das Relações Exteriores poderia conceder o visto temporário aos dependentes legais, incluindo companheiro ou companheira. A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) negou que o acordo assinado com o governo brasileiro impedia a vinda.
- A imprensa nossa, tinha um carinho muito especial pelo governo e vai ter comigo com toda certeza com o passar do tempo, mas não falava de uma questão que tinha muito haver com os direitos humanos defendidos pelo PT no passado. Os cubanos aqui, por exemplo, não poderiam trazer seus familiares. Falo isso porque sou pai Quem é pai e quem é mãe sabe o que é ficar longe do seu filho e da pessoa amada. Isso foi ignorado pelo PT . Por anos, eles ficaram afastados de seus maridos, esposas e seus filhos. A questão humanitária que foi, simplesmente, estuprada pelo PT - disse no no lançamento desta quinta-feira do programa "Médicos Pelo Brasil", no Palácio do Planalto.
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Apesar de sua declaração, Bolsonaro , na época em que era deputado federal, defendeu a restrição da entrada dos familiares de médicos cubanos no Brasil. Conforme registro das notas taquigráficas da Câmara, ele fez diversos discursos sobre a vinda de cônjuges e filhos.
- Prestem atenção! Está na medida provisória: cada médico cubano pode trazer todos os seus dependentes. E a gente sabe um pouquinho como funciona a ditadura castrista. Então, cada médico vai trazer 10, 20, 30 agentes para cá. Podemos ter, a exemplo da Venezuela, 70 mil cubanos aqui dentro! - disse Bolsonaro, em discurso no dia 8 de agosto de 2013.
- Esses agentes podem adquirir emprego em qualquer lugar do Brasil com carteira assinada, inclusive cargos em comissão. Olhem o perigo para a nossa democracia! - discursou.
Em 2016, ele apresentou uma emenda para proibir que familiares dos médicos intercambistas cubanos fossem proibidos de trabalhar no Brasil e de ter a Carteira de Trabalho e Previdência Social emitida pelo Ministério do Trabalho e Emprego. A proposta queria alterar a Medida Provisória nº 723 de 2016, que prorrogou por três anos o prazo de revalidação do diploma e do visto temporário do médico intercambista do Projeto Mais Médicos para o Brasil, mas foi rejeitada.
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Ao final do evento desta quinta, o presidente foi questionado sobre o que achava da política do governo do presidente americano Donald Trump que separa família de imigrantes ilegais na fronteira.
- Os cubanos estavam aqui como escravos, se fizesse qualquer coisa errada aqui, a família sofria lá. Há uma diferença enorme comigo e com Trump - respondeu, defendendo o presidente americano em sua política de "tolerância zero."
- Não venha com essa conversinha de direitos humanos . Vocês nunca falaram nada contra a política de Mais Médicos cubano aqui. Não quero atacar o Trump, que é meu ídolo por acaso. Obrigada, pessoal.