Marcos Antônio Amaro dos Santos foi responsável pela segurança da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) por cinco anos
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Marcos Antônio Amaro dos Santos foi responsável pela segurança da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) por cinco anos

O general Marcos Antônio Amaro dos Santos, responsável pela segurança da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) durante cinco anos, será o novo comandante militar do Sudeste a partir de 3 de julho. Amaro vai assumir o posto que pertencia a Luiz Eduardo Ramos Baptista Pereira, que foi nomeado ministro da Secretaria de Governo  na semana passada.

O general foi uma espécie de sombra de Dilma , primeiro na Secretaria de Segurança Presidencial e, depois, como ministro-Chefe da Casa Militar. Era visto quase diariamente ao lado da ex-presidente, em suas pedaladas pela manhã, compromissos oficiais e viagens pelo Brasil e exterior. 

De janeiro de 2011 a maio de 2016, Amaro vigiou cada passo da presidente Dilma. Em último caso, se o aparato de segurança falhasse, era sua obrigação arriscar a própria integridade para impedir, por exemplo, que a presidente fosse atingida por um tiro. Segundo reportagem da época do jornal Correio Braziliense , Amaro era conhecido no Palácio do Planalto como alguém cordial, simpático e discreto.

Em busca de mais privacidade, a presidente não raro escapava da segurança – e de Amaro. Certa vez, liberou a guarda de plantão sob o pretexto de que ficaria no Palácio da Alvorada e montou na garupa de uma Harley-Davidson do então secretário-executivo Carlos Gabas (Previdência). Rodou Brasília ouvindo rock, como mostrou a Folha de S.Paulo à época.

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Em outra ocasião, Dilma chamou atenção do general por ter sido relapso. A então presidente havia acabado de arrumar o cabelo para sua estreia nas Nações Unidas quando foi surpreendida por uma chuva persistente. Ao perceber que Amaro não tinha um guarda-chuva para protegê-la, apontou para o cabelo com laque e reclamou: “Pô, general...”.

Durante o convívio com a presidente, Amaro foi promovido de general de brigada ao posto de general de divisão e ganhou sua terceira estrela numa cerimônia em 2014. Apesar da promoção na patente, continuou como Secretário de Segurança da Presidência da República. Em outubro de 2015, foi nomeado ministro-chefe da Casa Militar .

Ao deixar a Presidência, em maio de 2016, Amaro foi nomeado comandante da 3ª Divisão de Exército, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Chefiava uma tropa de 20 mil homens. Atualmente, ocupa a função de secretário de Economia e Finanças do Exército.

"Anti-PT"

Na semana passada, uma crítica pública do presidente Jair Bolsonaro levou à saída de Joaquim Levy do comando do BNDES
Marcelo Camargo/Agência Brasil
Na semana passada, uma crítica pública do presidente Jair Bolsonaro levou à saída de Joaquim Levy do comando do BNDES

Paulista de 61 anos, Amaro assume o Comando Militar do Sudeste no momento em que o governo demite servidores ligados ao PT. Na última semana, Bolsonaro criticou o então presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Joaquim Levy, por causa da nomeação do advogado Marcos Barbosa Pinto, que trabalhou em governos petistas, para o cargo de diretor de Mercado de Capitais do banco. O episódio provocou a saída de Levy .

Bolsonaro também demitiu o general Juarez Aparecido de Paula Cunha da presidência dos Correios por ter se comportado, na interpretação dele, como “sindicalista” . Dias antes, Cunha havia criticado no Congresso o plano de privatização dos Correios.

Dança das cadeiras

A Secretaria de Governo era ocupada pelo general Carlos Alberto dos Santos Cruz, também demitido por Jair Bolsonaro
Isac Nóbrega/PR
A Secretaria de Governo era ocupada pelo general Carlos Alberto dos Santos Cruz, também demitido por Jair Bolsonaro

Amaro substituirá o general Luiz Eduardo Ramos, que deixou o Comando Militar do Sudeste para assumir a Secretaria de Governo da Presidência da República. O novo ministro é conhecido como uma espécie de relações-públicas do Exército e do próprio presidente. Já foi chamado de “meu pitbull” por Bolsonaro, uma menção à amizade e lealdade do militar. A Secretaria de Governo da Presidência da República era ocupada antes pelo general Carlos Alberto dos Santos Cruz, também demitido por Bolsonaro .

Ramos chegou a Brasília com poderes que até então extrapolavam o cargo de secretário da Presidência. Depois de nomeá-lo ministro, Bolsonaro tirou a articulação política da Casa Civil de Onyx Lorenzoni e passou ao recém-chegado. Ao esvaziar os poderes de Onyx, o presidente tenta recuperar forças após sucessivas derrotas no Congresso e pressão por mudanças por parte do Ministério da Economia.

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