Não foram 80 tiros. Um laudo produzido pela perícia apontou que militares atiraram mais de 200 vezes na ação que resultou nas mortes do músico Evaldo Rosa e do catador Luciano Macedo no último dia 7 de abril, em Guadalupe, na Zona Norte do Rio. As informações são do jornal Extra .
O Exército afirmou inicialmente que os militares
se depararam com um assalto e teriam sido atacados pelos suspeitos. Eles disseram que responderam à agressão e atiraram contra o carro. Foi comprovado, depois, que as vítimas não estavam armadas e estavam a caminho de um chá de bebê.
O caso repercutiu por conta do número de tiros que foram disparados na ação. Na época, foi divulgado que teriam sido 80. O músico Evaldo dos Santos Rosa levou nove tiros e morreu na hora. O catador Luciano Macedo foi baleado três vezes ao tentar ajudar e faleceu 11 dias depois.
Durante julgamento de um pedido de habeas corpus nesta quarta-feira (8), feito pela defesa dos acusados, a ministra Maria Elizabeth GuimarãesTeixeira Rocha, do Superior Tribunal Militar (STM), revelou um laudo que aponta que os nove militares atiraram mais de 200 vezes com fuzis durante a ação. Eles estão presos atualmente.
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De acordo com o documento, o tenente Ítalo da Silva Nunes Romualdo atirou 77 vezes, outro militar da patrulha fez 54 disparos e três soldados atiraram 20 vezes cada um. Desses, 83 atingiram o carro de Evaldo. Outro laudo da perícia comprova que os tiros também atingiram um muro, outros dois veículos que estavam estacionados, um prédio e um bar próximos.
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O julgamento foi interrompido após o ministro José Barroso Filho pedir vista do processo. Antes disso, quatro ministros votaram a favor da soltura dos militares . Maria Elizabeth Rocha foi a única a votar contra a liberdade, por enquanto. "Nenhuma troca de tiros foi constatada pelas testemunhas. A ação foi desmedida e irresponsável. É injustificável esse veículo ser alvejado por 83 balas de fuzil", argumentou.