O presidente Jair Bolsonaro se manifestou pela primeira vez sobre a morte do músico Evaldo dos Santos Rosa, 51 anos, em decorrência de uma operação do Exército, em Guadalupe, zona oeste do Rio de Janeiro. O carro de Evaldo foi atingido por mais de 80 tiros de fuzil, disparados pelos militares.
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"O Exército é do povo. A gente não pode acusar o povo de assassino. Houve um incidente. Houve uma morte. Lamentamos ser um cidadão trabalhador, honesto", disse Bolsonaro , que participava de um evento para lançamento do aeroporto de Macapá.
O presidente seguiu a mesma linha que o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, que também chamou o caso de "incidente". “Foi um lamentável incidente, que vamos apurar e cortar na própria carne. Ele será apurado até as últimas consequências. Tudo será julgado muito rápido e apurado da forma devida”, disse o ministro.
Quem também usou as palavras "incidente" e "lamentável" para definir o ocorrido foi o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro.
No mesmo evento, o presidente polemizou ao dizer que "não entendia de economia", quando questionado sobre a mudança no preço do diesel. "Não sou economista, já falei que não entendia de economia", relembrou Bolsonaro .
Entenda a morte de Evaldo
O músico Evaldo dos Santos Rosa foi morto em uma operação do Exército, em Guadalupe, na zona oeste da cidade. O carro em que estava a família foi atingido por mais de 80 tiros disparados pelos militares. Evaldo, a mulher, o filho de 7 anos, o sogro e uma amiga da família estavam indo para um chá de bebê.
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O músico foi atingido por três tiros e morreu na hora. O sogro, Sérgio Gonçalves de Araújo, recebeu um tiro nas costas e outro no glúteo. Os tiros atingiram também um homem que tentava socorrer a família. Segundo a viúva de Evaldo, Luciana Nogueira, não houve confronto, e os tiros começaram assim que o carro da família entrou na rua.