O comandante militar do Sudeste, general de Exército Luiz Eduardo Ramos Baptista Pereira, disse nesta quinta-feira (18) que os 80 tiros disparados por uma patrulha que deixaram duas pessoas mortas e outra ferida no Rio de Janeiro, no dia 7 deste mês, não foi um assassinato.
"Houve uma fatalidade. O pessoal tem colocado assassinato, não é. Os soldados que estavam em missão na parte da manhã tinham sido emboscados. Quem como eu já esteve em uma situação dessa, de muita tensão, muito difícil... A gente, para julgar o que aconteceu, tem que esperar as investigações", afirmou o general durante a cerimônia do Dia do Exército no QG da Força, em São Paulo.
A operação do Exército em Guadalupe assassinou o músico Evaldo Rosa dos Santos, 51 anos. Ele estava no carro com a esposa, o filho de sete anos, o sogro e um enteado. Todos conseguiram escapar. Também morreu o catador de materiais recicláveis Luciano Macedo, que tentou socorrer a família. Ele deixou uma mulher grávida.
Nove militares estão presos pelo crime. Até o momento, as investigações, que estão nas mãos do Exército, dizem que os soldados confundiram o carro metralhado com outro que estaria ocupado por bandidos que atacaram a tropa anteriormente.
"Eu fui comandante das tropas no Haiti em 2012. Fiquei um ano comandando 19 países e situações extremamente graves: tiroteio quase todo dia... Posteriormente, fui o responsável pela segurança da Copa do Mundo, e depois trabalhei junto ao ministro da Defesa na Olimpíada. São situações que a gente vivencia, extremamente difíceis e complexas. É uma fatalidade", acrescentou o comandante, antes de lamentar o ocorrido.
"É muito triste, lastimável. a gente não tem palavras para falar. Nós vamos dar uma resposta para o que aconteceu. Agora, é uma tristeza enorme, é a esposa, mãe... ninguém pode dizer que não é uma tristeza enorme, eu como cidadão fardado, fico extremamente sentido. Que tenham força e que a gente vai dar uma resposta para o que aconteceu", acrescentou.
Em seu único pronunciamento sobre o caso, Bolsonaro, que esteve ao lado do general Ramos na cerimônia desta quinta, declarou que " o Exército não matou ninguém " e também chamou o caso de "incidente".