A Escola Estadual Professor Raul Brasil, localizada em Suzano, na Grande São Paulo, abriu as portas, às 7h desta terça-feira (26), para voltar a receber os estudantes em horário regular – até as 18h – com atividades pedagógicas de acolhimento. O cólegio foi alvo de um dos ataques a tiros que deixaram dez mortos há 13 dias, na cidade.
Leia também: Defesa diz que menor não planejou massacre em Suzano: "Conversas eram fantasia"
Os estudantes serão recebidos com apresentação da Orquestra Locomotiva, dinâmicas, leitura de cartas de apoio, exibição e debate de filmes. Apesar da reabertura dos portões, as aulas na escola de Suzano
ainda não recomeçaram. De acordo com a Secretaria Estadual de Educação, ainda não há data para o retorno das atividades normais. Isso só será definido pela direção da escola a partir do trabalho com os alunos e professores nesta semana.
As aulas na escola Raul Brasil foram suspensas no dia 13 deste mês, quando dois ex-alunos, de 17 e 25 anos, entraram na escola, encapuzados e armados, e promoveram um ataque que resultou, ao todo, na morte de dez pessoas – cinco estudantes e duas professoras. Os atiradores, que antes de invadir a escola mataram um empresário, também morreram na ação.
Nessa segunda-feira (25), foram finalizadas as atividades de retorno, que vinham sendo planejadas por cerca de 50 professores e funcionários da escola desde a semana passada. Os organizadores contaram com o apoio da secretaria de Educação e da equipe do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Moral (Gepem) – que reúne pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Universidade Estadual Paulista (Unesp).
Leia também: Mensagens de 3º suspeito por massacre em Suzano detalham plano ainda mais cruel
Além disso, representantes de sala e do grêmio estudantil da escola – totalizando 19 alunos – participaram de um encontro ontem para alinhar as próximas ações da escola com a Diretoria de Ensino municipal e a Escola de Formação de Professores da Secretaria Estadual de Educação .
Nos próximos dias, os atendimentos individuais e coletivos feitos por técnicos do Centro de Referência e Apoio à Vítima (Cravi), da Secretaria Estadual de Justiça, terão continuidade. Os acolhimentos de saúde mental serão oferecidos em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS) e em quatro Centros de Apoio Psicossocial da prefeitura.
Leia também: Polícia tenta convencer MP a pedir apreensão de 3º suspeito de ataque em Suzano
De acordo com a secretaria, diversas instituições se colocaram à disposição para contribuir tanto no âmbito pedagógico quanto no suporte psicológico de alunos e funcionários. Além da prefeitura, do Caps, do Cravi, da Unicamp e da Unesp, estavam a Universidade Braz Cubas, a Universidade Cruzeiro do Sul; o Instituto de Psicologia da USP, a Subseção da OAB em Suzano
; a Neuroconecte; o Conselho Regional de Psicologia; a Defensoria Pública; e a Universidade Federal Mato Grosso do Sul (UFSM).
* Com informações da Agência Brasil.