Chegou a 273 o número de vítimas de agulhadas durante o carnaval no grande Recife. O número divulgado nesta segunda-feira (11) pela Secretaria Estadual de Saúde (SES) refere-se a quantidade de pessoas que deram entrada que no Hospital Correia Picanço, na Zona Norte da capital pernambucana. Também nesta segunda, a Polícia Civil divulgou o retrato falado de um segundo suspeito de ter praticado o crime.
De acordo com as vítimas, os ataques se deram durante os quatro dias de feriado em Recife e em Olinda. Até a sexta-feira (8), 190 pessoas haviam procurado o Hospital Correia Picanço, referência no tratamento de doenças infecto-contagiosas alegando terem sido furadas com agulhas de seringa. O número vem crescendo exponencialmente desde o fim dos festejos de carnaval.
A Polícia Civil montou uma unidade móvel em frente ao hospital, mas poucas pessoas prestaram queixa. Na semana passada, uma das pessoas que fez a denúncia conseguiu descrever o suposto autor do atentado e a polícia divulgou um retrato falado. Nesta semana, um segundo retrato falado foi divulgado. A polícia já vinha trabalhando com a hipótese de mais de um autor .
Segundo a SES, do total de pacientes que procuraram a unidade de saúde, 157 realizaram a profilaxia pós-exposição (PeP) para prevenir a infecção pelo vírus HIV . Ainda que todas as vítimas tenham passado por uma triagem, as outras 116 pessoas se recusaram a fazer o teste rápido, pré-requisito para o uso da medicação preventiva. Algumas destas já tinham passado do prazo de 72 horas pós-exposição para tomar o coquetel.
A secretaria informa, no entanto, que a possibilidade de transmissão do HIV por meio de picadas com agulhas infectadas é considerada baixa, com média 0,3% dos casos. Mesmo assim, a SES afirma que todas as pessoas vão ser monitoradas pelo hospital ou em unidades de saúde dos municípios de São Lourenço da Mata, no Grande Recife; Caruaru e Pesqueira, no Agreste e em Serra Talhada, no Sertão.
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As pessoas que procuraram os Hospital Correia Picanço nos últimos dias relataram terem sido furadas com agulhas de seringa, principalmente nos braços e nas costas. O número de casos cresceu muito depois de o ataque ter sido noticiado.