O Governo do Estado de São Paulo realiza operação nesta quarta-feira (13) para transferir o líder do PCC, Marco Erbas Camacho, o Marcola, e mais 21 integrantes da facção criminosa para presídios federais. A ação é realiza com apoio de escolta do Departamento Penitenciário Federal (Depen) e da Polícia Militar.
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A transferência de Marcola e dos demais integrantes da cúpula da organização criminosa teve início às 9h30 desta manhã, sob forte esquema de segurança. Além das forças de segurança paulistas, também integram a operação a Força Aérea Brasileira (FAB), o Exército Brasileiro, a Coordenação de Aviação Operacional e Comando de Operações Táticas da Polícia Federal, e a Polícia Rodoviária Federal (PRF).
O trabalho também envolve ações de inteligência em conjunto com a Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
De acordo com o governo paulista, o isolamento dos líderes da facção é "estratégia necessária para o enfrentamento e o desmantelamento de organizações criminosas". O governador João Doria (PSDB) concede entrevista nesta tarde a respeito da medida.
O destino final dos presidiários não foi informado até o momento. O sistema penitenciário federal conta com cinco presídios: em Campo Grande (MS), Mossoró (RN), Porto Velho (RR), Brasília (DF) e Caranduvas (PR).
Os detentos foram levados para o aeroporto da cidade de Presidente Prudente para serem transferidos. Sete deles tiveram o pedido de transferência expedido após o envolvimento em ataques a agentes públicos e assassinatos de rivais.
A transferência de Marcola tem relação com a descoberta em 2018 de um plano de fuga que pretendia se valer de um exército de mercenários para o resgate dele e de parte da cúpula da facção. Cartas interceptadas na saída do presídio mostram que o líder do PCC pedia também a morte de um promotor, caso fosse transferido.
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A transferência chegou a causar um racha nos meses de governo de Márcio França (PSB). Um lado defendia a mudança e outros temiam represálias por parte da organização criminosa , e exemplo do que aconteceu em 2006, quando ataques foram realizados em represália à transferência de 765 presos para Presidente Venceslau. 59 agentes de segurança foram mortos em cinco dias.
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Ao mesmo tempo que ocorre a transferência de Marcola e dos outros 21 criminosos, a Polícia Militar desencadeia a Operação São Paulo Mais Seguro em todo o Estado de São Paulo, com a finalidade de garantir a continuidade da redução dos indicadores criminais, aumentando a presença ostensiva para melhorar a percepção de segurança das pessoas e combater o crime. A operação contará com a mobilização de 21.934 policiais militares, com o emprego de 8.104 viaturas e 13 helicópteros, distribuídos em 3.362 pontos. As equipes estarão em locais estratégicos, apontados pelo serviço de inteligência da PM, para sufocar possíveis ações de criminosos.