Um menino de apenas 3 anos de idade morreu atropelado por um trem, na capital paulista, no último domingo (23). O episódio aconteceu entre as estações Santa Cruz e Praça da Árvore, na Linha 1-Azul do Metrô de SP, e só foi divulgado à imprensa nesta quinta-feira (27).
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De acordo com as informações coletadas até agora, Luan Silva Oliveira estava dentro de um dos vagões do trem, acompanhado pela mãe, a dona de casa Lineia Oliveira Silva, 25 anos, pelo sogro dela, por uma irmã e o padrasto. Poucos segundos depois, no entanto, ele estava sozinho em pleno Metrô de SP .
Segundo a mãe do menino, Luan estava no colo dela. Quando o trem chegou à estação Santa Cruz, no entanto, o vagão esvaziou e, por isso, a mãe do garoto se levantou para mudar de lugar. Nesse momento, o menino disparou em direção à porta do trem, saindo do vagão depois de já ter tocado a campainha que avisa o fechamento das portas.
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"Não deu tempo de impedir. Ele era uma criança muito agitada, não parava quieto”, disse Lineia à reportagem da Folha de S.Paulo . A mãe do menino afirma ainda que o viu gritando “mamãe, mamãe”, enquanto a composição deixava a plataforma. “Eu passei mal e caí. Todo mundo se desesperou”, conta.
Embora muitos dos passageiros tenham gritado pedindo para a composição parar, o trem seguiu viagem. Somente na próxima estação, Praça da Árvore, que a família do garoto conseguiu descer e pedir a ajuda da segurança do local.
Ficou decidido, então, que a família retornaria à estação Santa Cruz , acompanhada pelos seguranças, no trem seguinte. Quando chegaram à estação em que o garoto desceu sozinho, porém, Luan não estava na plataforma.
"Eu avistei um trem parado e o pessoal indo com uma maca. Foi aí que eu me desabei. Subi para falar com ela [Lineia, mãe do menino]: 'eles encontraram o Luan, mas não encontraram ele bem'", explicou à TV Globo o padastro do menino, Edmilson.
O garoto foi encontrado nos trilhos, ainda com vida, a 200 metros da plataforma, no túnel em direção à Praça da Árvore . A suspeita da mãe da criança é de que Luan tenha corrido direto para o túnel por onde o trem foi embora. "Como ele viu o trem partindo comigo, ele deve ter pensado ‘a minha mãe foi para esse lugar’, e foi atrás”, diz Lineia.
O menino chegou a ser levado para o Hospital São Paulo, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. Agora, a Polícia Civil está analisando as imagens de câmeras de segurança internas do metrô, para investigar como a criança foi parar nos trilhos.
A família de Luan mora no bairro dos Pimentas, em Guarulhos, na Grande São Paulo. Eles pretendiam passar o domingo na praia, em Santos, e, por isso, estavam a caminho da estação Jabaquara, onde pegariam um ônibus.
Nesta quinta-feira (27), quando a história veio ao público, a dona de casa também descobriu que está grávida. “Esse que está vindo não vai substituir meu filho. Eu era muito apegada a ele”, contou à Folha . O pai de Luan estava visitando a família na Bahia, no dia do acidente.
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O Metrô de SP afirmou que colabora com as investigações, fornecendo imagens e informações à polícia. Disse também que, assim que localizada, a criança foi levada por seguranças para ao hospital, mas lamenta o desfecho do caso.