Incêndio no Museu Nacional do Rio de Janeiro
Tânia Rêgo/ABr
Incêndio no Museu Nacional do Rio de Janeiro

Acometido por um incêndio de proporções catastróficas no domingo (2), o Museu Nacional do Rio de Janeiro vinha recebendo, nos últimos anos, recursos bem abaixo do que precisava para se manter de pé.

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De 2013 para cá, em razão da crise econômica e da política de ajuste fiscal e cortes do governo federal, os repasses ao Museu Nacional cariam pela metade. De recursos para o custeio do pessoal a bolsas para estudos científicas, passando por valores para a manutenção, o ingresso de dinheiro minguou em todas as frentes.

Apenas os recursos oriundos do MEC (Ministério da Educação) e do Ibram (Instituto Brasileiro de Museus), conforme apurou o jornal Folha de S.Paulo, recuaram de R$ 1,3 milhão em 2013, em valores corrigidos pela inflação, para R$ 643 em 2017 – uma queda de 49%.

Já os valores para a manutenção do funcionamento do museu decresceu de R$ 709 mil em 2013 (valor também corrigido pela inflação) para R$ 166 mil no ano passado. As bolsas de estudo foram reduzidas de R$ 446 mil para R$ 163 mil.

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Já neste ano de 2018, embora o governo tenha se comprometido a repassar R$ 204 mil para a instituição, apenas R$ 98 mil chegou aos cofres do museu.

Para Rossieli Soares da Silva, ministro da Educação de Michel Temer (MDB) , a responsabilidade é sim do governo, mas não só. "Sim, a responsabilidade é do governo federal, é da sociedade de uma forma em geral, mas não é exclusiva de agora”.

Criado em 6 de junho de 1818 por D. João VI, o museu incendiado é uma instituição autônoma, integrante do Fórum de Ciência e Cultura da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e vinculada ao Ministério da Educação.

O museu, que já foi residência da família real portuguesa, continha um acervo histórico de cerca de 20 milhões de itens. Em exposição, estavam a coleção egípcia, que começou a ser adquirida por D. Pedro I ; a coleção de arte da Imperatriz Teresa Cristina; e o mais antigo fóssil humano já encontrado no país, batizado de "Luzia".

Apesar de sua importância cultural e histórica, o   Museu Nacional  também foi afetado pela crise financeira da UFRJ e está há pelo menos três anos funcionando com orçamento reduzido. A instituição chegou a anunciar uma "vaquinha virtual" para arrecadar R$ 100 mil e reabrir a sala mais importante do acervo, onde fica a instalação do dinossauro Dino Prata.

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