Um caminhoneiro foi morto, na tarde desta quarta-feira (20), com uma pedrada na cabeça, enquanto passava por um ponto de manifestação de grevistas em Rondônia . O nome da vítima não foi revelado à imprensa.
Leia também: Reabastecimento de combustível no País chega a 53% com desmobilização de greve
De acordo com a Rede Amazônica , o caminhoneiro chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos. Ele estava passando pela BR-364, em Vilhena, quando uma pedra lançada contra o seu veículo atravessou o pára-brisa e acertou sua cabeça.
Durante essa quarta-feira, a rodovia estava sem nenhum bloqueio, mas a população estava sendo convocada a protestar em apoio à já desmobilizada greve dos caminhoneiros . Por isso, os motoristas de caminhão que passam pelo local, caso não parem na concentração, são atacados com pedradas.
A vítima foi resgatada pelo Corpo de Bombeiros, mas não resistiu. Em seguida, a área foi isolada pela Polícia Rodoviária Federal e pela Polícia Militar, que acompanham o bloqueio.
Violência política
Justo nessa quarta, o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, anunciou que o governo disponibilizará uma central telefônica para receber denúncias de "violência política" contra caminhoneiros que tentam deixar mobilizações da categoria.
Após ceder às reivindicações dos caminhoneiros e firmar um acordo pelo fim da greve que causou desabastecimento em todo o País, o governo agora tem concentrado suas ações no combate aos grupos de "infiltrados" que, segundo ministros, "pegaram carona" na mobilização dos caminhoneiros. É para identificar esses grupos que o canal de denúncias será lançado.
"Estamos assistindo a um espetáculo degradante de covardia daqueles que querem impedir os caminhoneiros de realizar o seu trabalho" disse o ministro. "Vamos acabar com esse constrangimento e acabar com essa forma covarde de agredir aqueles que querem simplesmente trabalhar", continou.
Jungmann disse ainda que já foram abertos 52 inquéritos pela Polícia Federal para apurar crimes durante a greve de caminhoneiros.
Leia também: Brasileiros apoiam caminhoneiros, mas não querem pagar por acordo, diz Datafolha
De acordo com o ministro, a central a ser lançada pelo governo visa receber fotos, vídeos e informações que levem à identificação dos responsáveis por atos de "violência política" contra motoristas que, como o caminhoneiro que morreu, são coagidos a continuar bloqueando rodovias. Segundo Jungmann, as informações serão para as polícias militares, a Polícia Rodoviária Federal (PRF), a Polícia Federal e o Exército.