Cesare Battisti é condenado na Itália e terá processo de extradição julgado no STF
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Cesare Battisti é condenado na Itália e terá processo de extradição julgado no STF

O ex-ativista italiano Cesare Battisti se tornou réu, nesta segunda-feira (11), no processo sobre evasão de divisas, quando foi preso em Corumbá, no Mato Grosso do Sul , em outubro, ao tentar entrar na Bolívia cerca de R$ 25 mil . O juiz federal da 3ª Vara de Campo Grande aceitou a denúncia do Ministério Público Federal (MPF).

Além disso, a Justiça negou o pedido de Cesare Battisti para colocar a tornozeleira eletrônica mais próximo de São Paulo, onde reside, procedimento que faz parte de seu pedido de liberdade, de acordo com informações da TV Globo. Ele terá sete dias para ir até o Mato Grosso do Sul e realizar a colocação. A decisão foi tomada porque a Secretaria de Administração Penitenciária paulista argumentou "não haver disponibilidade para isso".

A reportagem no iG não conseguiu contato com a defesa de Battisti

Viagem para a Bolívia

O italiano foi indiciado pela Polícia Federal (PF) pelos crimes de evasão de divisas e lavagem de dinheiro após ser detido quando tentava atravessar a fronteira com a Bolívia. Após ter ficado preso por três dias, ele recebeu  habeas corpus ,  concedido pelo desembargador José Lunardelli, do Tribunal Regional Federal de 3ª Região, com sede em São Paulo. Em seu despacho, ele revogou a prisão preventiva, mas proibiu Battisti de deixar a comarca de residência sem uma autorização judicial. Segundo informações da PF, o italiano foi preso com US$ 6 mil e 1,3 mil euros.

Battisti foi preso em meio à reabertura de seu processo de extradição pelo governo de Michel Temer , a pedido da Itália, que se aproveitou da troca de poder no Planalto para tentar reaver o ex-membro da milícia de extrema esquerda.

O ministro da Justiça, Torquato Jardim, havia afirmado que o governo brasileiro quer extraditar o ex-ativista, alegando "saída suspeita" do País e "quebra de confiança". No entanto, a intenção terá que aguardar a decisão final do Supremo. Segundo Jardim, a Itália “nunca abriu mão” da extradição de Battisti. "Os italianos não perdoam o Brasil por não mandar o Battisti de volta. Para eles, é uma questão de sangue. É um entrave nas relações Brasil-Itália e na relação com a União Europeia como um todo", declarou o ministro.

No entanto, o ministro do STF Luiz Fux decidiu  conceder liminar que impede uma eventual extradição do ex-ativista italiano. A decisão será levada ao plenário da Casa,  o que ainda não tem data para acontecer.

Battisti foi condenado à prisão perpétua no país europeu pelo assassinato de quatro pessoas na década de 1970, quando fazia parte de uma milícia de extrema-esquerda. Ele fugiu para o Brasil e foi preso em 2007. O STF chegou a autorizar a extradição do italiano, mas o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva permitiu que ele ficasse morando no País.

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