Battisti foi condenado à prisão perpétua na Itália pelo assassinato de quatro pessoas na década de 1970
José Cruz/ Agência Brasil
Battisti foi condenado à prisão perpétua na Itália pelo assassinato de quatro pessoas na década de 1970

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) deteve nesta quarta-feira (4) o ex-ativista italiano Cesare Battisti. Ele foi retido em uma blitz sob uma suposta tentativa de evasão de divisas na fronteira do Brasil com a Bolívia, na cidade de Corumbá, no Mato Grosso do Sul, por tentar sair do País com mais de R$ 10 mil não declarados. O objetivo de Battisti, segundo as autoridades brasileiras, era tentar se refugiar na Bolívia, uma vez que o governo da Itália pediu ao Brasil que anule seu refúgio.

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A defesa do italiano havia entrado com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para pedir um habeas corpus e evitar uma extradição para a Itália , na última semana. O pedido surgiu dias após a notícia de que o governo italiano está negociando um novo pedido para extraditar o ex-ativista.

Battisti foi condenado à prisão perpétua no país europeu pelo assassinato de quatro pessoas na década de 1970, quando fazia parte de uma milícia de extrema-esquerda. Ele fugiu para o Brasil e foi preso em 2007. O STF chegou a autorizar a extradição do italiano, mas o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva permitiu que ele ficasse morando no País . Não há prazo para a definição do caso na Justiça. 

O advogado de Cesare Battisti , Igor Sant'Anna Tamasauskas, disse que ainda não sabe os motivos da retenção do italiano na fronteira com a Bolívia. "Ainda não consegui contato com ele", declarou Tamasauskas, que também tenta obter informações com as autoridades.

Repercussão

O ex-primeiro-ministro italiano Matteo Renzi cobrou, pelas redes sociais, a "imediata" extradição do ex-ativista. "Battisti estava fugindo para a Bolívia. O pegaram. Que as autoridades brasileiras o restituam, imediatamente. Pedimos justiça", escreveu no Twitter o ex-premier e atual líder do centro-esquerdista Partido Democrático (PD), principal legenda do país e à qual pertence o primeiro-ministro Paolo Gentiloni.

É a primeira vez que Renzi aborda o "caso Battisti" de maneira tão incisiva, já que, durante seu período como chefe de governo, entre fevereiro de 2014 e dezembro de 2016, ele preferia adotar uma postura mais diplomática.

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A mudança de tom indica o aumento da pressão de Roma para reaver Battisti. De acordo com o jornal O Globo , foi ainda sob o governo Renzi que a Itália fez um pedido para o presidente Michel Temer rever a condição de asilado político do ex-ativista. 

* Com informações da Agência Brasil

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