O motorista italiano que dirigia o veículo atingido por tiros desferidos por policiais militares nesta segunda-feira (23) negou ter furado blitz ou qualquer outra ordem de parar. Anteriormente, a Polícia Militar havia afirmado que os oficiais alvejaram o veículo por causa da ação desobediente, o que acabou matando uma turista espanhola que estava no banco traseiro do carro.
Equipes policiais estão ouvindo depoimentos do motorista do carro e de outras testemunhas. Os agentes da PM que participavam da blitz no Largo do Boiadeiro serão ouvidos pela Polícia Civil, que também irá fazer uma perícia no veículo, que ainda se encontra no hospital para onde a turista espanhola foi levada, chegando já sem vida.
O delegado titular da Delegacia de Homicídios da Capital (DH-Capital), Fabio Cardoso, disse que todos os detalhes do crime estão sendo apurados e que as prisões devem ocorrer ainda nesta segunda. Ele condenou o incidente, classificando-o como "assassinato". "Uma turista ser atingida por um tiro, ser assassinada, é inadmissível e vamos atuar para identificar essa pessoa e colocar na cadeia para que ele responda por essa covardia", afirmou o delegado.
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Cardoso defendeu, porém, que sem os resultados da perícia e do laudo cadavérico, ainda é prematuro fazer qualquer juízo sobre a atuação dos militares. Ainda de acordo com o delegado, as armas dos policiais serão encaminhadas ao Instituto de Criminalística Carlos Éboli. Além disso, os oficiais envolvidos no incidente serão conduzidos à delegacia especializada para depoimento. Os investigadores também irão analisar imagens de câmeras de segurança da localidade que possam ajudar na apuração do crime.
O que se sabe
A identidade da vítima baleada foi divulgada como Maria Esperanza Ruiz Jimenez, de 67 anos. Ela foi atingida no pescoço, sendo encaminhada para o Hospital Miguel Couto, na Gávea, mas já chegou ao local sem vida. Além dela, estavam no veículo o motorista italiano, que mora no Brasil há quatro anos, e mais dois turistas espanhóis. O veículo estava se dirigindo à comunidade da Rocinha.
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O Consulado da Espanha no Rio de Janeiro
informou que está acompanhando o trabalho de investigação e prestando apoio às famílias da vítima e dos outros dois turistas espanhóis que também viajavam no carro. Ainda não há informações sobre a liberação do corpo e há quanto tempo a turista espanhola estava na cidade.
*Com informações da Agência Brasil e Agência Ansa