O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (PRB), defendeu o retono das Forças Armadas à favela da Rocinha, na zona sul da cidade, onde novos tiroteios foram registrados neste domingo (22) e segunda-feira (23). Pela manhã, a troca de tiros entre policiais e criminosos terminou com três feridos e resultou ainda na morte de uma espanhola de 67 anos que estava num carro que transportava turistas
e furou bloqueio montado próximo à ação da PM nesta manhã.
“Nós temos feito pleitos ao governo federal para que venha nos ajudar [...] O Exército tem que voltar", disse Crivella ao ser perguntado por jornalistas sobre a situação na favela da Rocinha . "É importante que o governo federal cumpra com seu papel e nos ajude a combater crimes cuja responsabilidades são deles”, completou o prefeito do Rio.
Por outro lado, o ministro da Defesa Raul Jungmann, declarou em evento realizado na semana passada em São Paulo que entende haver "banalização" no uso de intervenções das Forças Armadas para conter a violência no País.
O Ministério da Defesa atendeu a apelo do governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) e autorizou, no mês passado, as tropas federais a fazerem cerco à Rocinha durante uma semana , enquanto as forças estaduais de segurança faziam buscas no interior da comunidade.
Leia também: Traficante Nem da Rocinha permanecerá por mais tempo em prisão longe do Rio
Um mês de guerra na Rocinha
Localizada em São Conrado, a Rocinha é a maior favela do País e se tornou palco de mais uma guerra entre facções criminosas no último dia 17 de setembro , quando um grupo coordenado pelo traficante Nem da Rocinha, que está preso em Rondônia, atacou os aliados do criminoso conhecido como Rogério 157 – atual chefe do comércio de drogas na Rocinha.
As tropas de elite da Polícia Militar do Rio continuam fazendo operações na favela apesar da retirada dos soldados do Exército. Essa ação foi iniciada de modo contínuo na quarta-feira passada (18) e, segundo o Comando da PMERJ, já resultou na prisão de 44 suspeitos, além da apreensão de 41 granadas e de dezenas de armas – entre elas, 20 fuzis, 3 submetralhadoras e 29 pistolas.
Nesse domingo, foram registrados tiroteios entre policiais e criminosos em dois momentos distintos, um pela manhã e outro ao fim da tarde. Não houve registro de pessoas mortas e feridas e ninguém foi preso nessas ocasiões.
As trocas de tiro registradas no domingo se deram a localidade conhecida como 199, mesmo cenário do tiroteio que deixou três feridos, sendo dois policiais militares e um suspeito, na manhã desta segunda-feira.
Leia também: Rio tenta evitar retorno de chefes da milícia e do Comando Vermelho ao estado