Ministério da Defesa enviou 950 soldados das Forças Armadas para atuar na favela da Rocinha, em São Conrado, no Rio
Fernando Frazão/Agência Brasil
Ministério da Defesa enviou 950 soldados das Forças Armadas para atuar na favela da Rocinha, em São Conrado, no Rio

Os soldados das Forças Armadas que realizaram na última semana um cerco à favela da Rocinha, na zona sul do Rio de Janeiro, começaram a deixar a comunidade na manhã desta sexta-feira (29). O primeiro comboio de militares partiu do local ainda durante a madrugada, por volta das 4h da manhã, conforme informou o Comando Militar do Leste à reportagem da Agência Brasil

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O encerramento das ações de apoio das tropas federais na segurança da favela da Rocinha foi anunciado nessa quinta-feira (28) pelo ministro da Defesa, Raul Jungmann , que assegurou que a partida dos 950 soldados que participaram do cerco à comunidade será gradual, ao longo do dia.

Meia hora após a saída das Forças Armadas, o Comando de Operações Especiais (COE) da Polícia Militar (PM) montou uma base avançada na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da comunidade, de onde serão conduzidas ações contra o tráfico de drogas na região. O COE é formado pelos batalhões de Operações Especiais (Bope), de Choque e de Ações com Cães, e sua equipe ficará por tempo indeterminado na Rocinha. 

A última noite dos militares das Forças Armadas na comunidade foi marcada por um tiroteio envolvendo policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar do Rio e, segundo a PMERJ, um grupo de seis criminosos. Um dos suspeitos foi baleado e foi encaminhado à Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) da Rocinha, mas acabou morrendo no local – conforme narraram os policiais.

O Ministério da Defesa ainda não divulgou um balanço das operações na comunidade. No início da semana, o total de pessoas presas já chegava a 16 e também haviam sido apreendidas oito granadas e "mais de duas dezenas" de fuzis.

Soldados do Exército auxiliaram no cerco à favela da Rocinha, em São Conrado, na zona sul do Rio
Vladimir Platonow/Agência Brasil - 22.9.17
Soldados do Exército auxiliaram no cerco à favela da Rocinha, em São Conrado, na zona sul do Rio

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Sete dias de Forças Armadas na Rocinha

As tropas federais passaram exatos sete dias na favela após serem acionadas pelo Ministério da Defesa atendendo a pedido do governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB). Antes da chegada dos soldados, veículos blindados e aeronaves do Exército, a Rocinha atravessou cinco dias de pânico e de intensos tiroteios entre grupos rivais de traficantes e entre os criminosos e a polícia.

A guerra na favela que abriga mais de 150 mil moradores teve início no dia 17 deste mês , quando um grupo de aliados do criminoso conhecido como Nem da Rocinha atacou traficantes que integram o grupo de Rogério 157, atual chefe do comércio de drogas em São Conrado e ex-segurança do Nem da Rocinha.

Nem comandou os ataques de dentro de uma cela da penitenciária federal de Porto Velho, em Rondônia. Já Rogério 157 conseguiu fugir da comunidade após render um taxista no Jardim Botânico, na zona sul do Rio, na noite do último sábado (23) – um dia após a chegada das tropas das Forças Armadas à favela.

Em entrevista ao RJTV ( TV Globo ), Jungmann disse que o objetivo da ação dos militares do Exército na comunidade “acabar com a guerra que levava terror aos moradores”, e não a prisão dos traficantes. Segundo ele, essa função cabe à polícia.

As buscas por Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157, continuam sob a competência da PM do Rio. O Tribunal de Justiça do Estado (TJ-RJ)  decretou a prisão preventiva do traficante e de mais quatro homens-fortes de sua quadrilha na última quarta-feira (27) por crime de homicídio qualificado.

O traficante já chegou a ser preso no episódio da invasão do Hotel Intercontinental, em 2010 , mas acabou solto por decisão do próprio TJ-RJ, que concedeu liberdade ao criminoso.

O Disque-Denúncia do Rio atualmente oferece R$ 50 mil em recompensa por informações que levem a polícia a prender Rogério 157. Os investigadores suspeitam que o criminoso tenha buscado abrigo em comunidades da zona norte do Rio controladas pelo Comando Vermelho (CV), maior facção do crime organizado do estado. Rogério se aliou ao grupo após romper a aliança com Nem da Rocinha, que integra a Amigos dos Amigos (ADA).

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*Com informações da Agência Brasil

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