Coronel Alberto Malfi Sardilli, Comandante da PMA; Mágino Alves Barbosa Filho, Secretário de Segurança Pública; Ricardo Salles, Secretário do Meio Ambiente; Coronel Nivaldo César Restivo, Comandate Geral da PMSP.
Policia Militar Ambiental / DIVULGAÇÃO
Coronel Alberto Malfi Sardilli, Comandante da PMA; Mágino Alves Barbosa Filho, Secretário de Segurança Pública; Ricardo Salles, Secretário do Meio Ambiente; Coronel Nivaldo César Restivo, Comandate Geral da PMSP.

Um típico dia na Polícia Militar Ambiental começa com ligações e denúncias do tipo: "Tem uma onça enorme na recepção"; "Tratores estão derrubando ávores e jogando entulho numa nascente"; "Quero denunciar traficantes vendendo Micos-Leões-Dourados"; "Uma gangue soltou um balão de 50 metros de altura". 

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Desde novembro de 2016, o responsável pelo comando dos 2.200 homens e mulheres que trabalham na Polícia Militar Ambiental, e que possui a responsabilidade de resolver estas, e dezenas de outros tipos de situações, é o Coronel PM Alberto Malfi Sardilli, ex-Comandante da ROTA e da Cavalaria. Com quase 33 anos de Polícia Militar, Sardilli é conhecido pelo seu sorriso fácil e simpatia engajante, mas também pelo seu estílo direto e por ser um Policial legalista e linha dura no que se refere a defesa da sociedade e na cega e imediata aplicação da lei. 

Conheça um pouco sobre a nossa Polícia Militar Ambiental e algumas de suas incríveis operações de proteção e resgate na natureza, nessa entrevista com o Coronel Sardilli:

O que um ex-comandante da Cavalaria e da ROTA está fazendo na Polícia Ambiental?
Tem que perguntar para quem cometeu crimes ambientais nesse período. Foi uma atitude corajosa do Secretário do Meio Ambiente e do Secretário de Segurança Pública. Estávamos com uma onda crescente de crimes ambientais. Mudei alguns conceitos e endurecemos no tratamento contra o infrator!

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Coronel PM Nivaldo César Restivo (na época Comandante do Policiamento de Choque e hoje Comandante Geral da PMSP) e o então Tenente Coronel PM Alberto Malfi Sardilli, Comandante da ROTA.

Em que tipo de crimes a Polícia Militar Ambiental atua?
Nosso policiamento atende a todos os chamados de crimes ambientais contra a flora, a fauna, os recursos naturais e o patrimônio cultural. Alguns casos são encaminhados para órgãos especializados, como a CETESB no caso de atividades poluidoras e a Polícia Civil nos casos de maus tratos contra animais que requeiram investigação.

Quais são as típicas ações da PMA?
A Ambiental se depara frequentemente com a caça ilegal, isso abrange desde a pessoa que captura aves em uma Unidade de Conservação ou em um Parque Urbano para comércio ilegal, até o caçador que entra nesses locais com armas de fogo e armadilhas para abater os animais da nossa fauna de forma criminosa. Contra o tráfico da vida selvagem, o Policiamento Ambiental se destaca no combate às redes de traficantes e através de recursos de inteligência, monitora inclusive as redes sociais, onde esse tipo de crime cresceu significativamente. Atua também na prevenção e combate de incêndios florestais e nas demais formas de vegetação. Fiscaliza a pesca, combate a pesca predatória, a pesca ou captura de espécies protegidas por defeso ou período reprodutivo (piracema) e as regiões onde a pesca é proibida. Exerce ainda especial vigilância no que se refere a fabricação, transporte e soltura de balões.

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Qualquer cidadão pode acionar a PMA, caso presencie uma ação contra o meio ambiente?
Sim, nós do Policiamento Ambiental acreditamos que a melhor forma de prevenir os crimes contra o meio ambiente é o conhecimento da sua importância. E é fundamental a ajuda das pessoas que já se conscientizaram disso e que colaboram com as denúncias para a atuação da fiscalização.

Como a PMA atua na prevenção? Existem programas de aproximação com a População?
O Policiamento Ambiental oferece um programa educativo, através de vídeos educacionais para toda a rede estadual de ensino. Equipes de Policiais frequentemente realizam palestras presenciais e atividades educacionais com adultos e crianças para a sensibilização ambiental. Policiais Ambientais em campo, muitas vezes, trabalham como educadores ambientais, é o caso da Patrulha Comunitária Rural que visa a aproximação com o produtor rural, para prevenção de crimes nessas regiões. A Educação Ambiental como ação de prevenção primária da Polícia Militar é a esperança de estarmos formando cidadãos mais conscientes, que conseguem se perceber como habitantes de um planeta que precisa de cuidado e proteção.

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A Ambiental atua em todo estado de São Paulo? Está presente em quantos municípios?
Sim, o Policiamento Ambiental atua nos 645 municípios e em todo o litoral paulista. Possui 116 unidades de atendimento integradas com um efetivo fixado de mais de 2.200 homens e mulheres dedicados ao policiamento ambiental.

Que tipo de veículos a PMA usa para desempenhar suas missões?
Temos a nossa disposição mais de 400 viaturas, icluindo veículos de tração 4x4, picapes e veículos utilitários, embarcações e motocicletas de uso misto. Conta ainda com um helicóptero biturbina, Augusta Grand New, dedicado à fiscalização da Serra do Mar, dos mosaicos da Mata para o monitoramento da Serra do Mar e litoral, drones e VANTs (veículos aéreos não tripulados).

Helicóptero e embarcações da Polícia Militar Ambiental em treinamento.
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Helicóptero e embarcações da Polícia Militar Ambiental em treinamento.

A PMA pode multar, apreender equipamentos e prender?
O Policiamento Ambiental pode e vai apreender imediatamente os equipamentos utilizados na prática de crimes ambientais, como a deposição de resíduos e desmatamento, para dificultar a prática criminosa e a reincidência. 

Você pode dar alguns exemplos de típicas operações da PMA, para entendermos melhor a abrangência das suas atividades?
Sim, vou mencionar sete ocorrências recentes, uma bem diferente da outra, que podem dar uma ideia do tipo de ações que meus Policiais se envolvem.

1) Primatas em Cativeiro

No dia 25 de julho, desarticulamos uma rede especializada no tráfico de pequenos primatas. Entre os macacos apreendidos havia dois micos-leões-dourados, dois macacos-prego e quinze saguis. Também apreendemos aparato para microchipagem, notas fiscais falsificadas, seringas e viveiros adaptados. As seringas eram usadas para introduzir microchips falsificados na pele dos bichos, como se os animais fossem controlados e liberados pelo IBAMA. Uma mulher foi presa e uma multa de R$ 34,5 mil foi aplicada. Essa infratora nos disse que o preço de uma sagui circula em torno de R$ 400, já um mico-leão ou um macaco-prego podem ser vendidos por até R$ 8 mil no mercado negro.  Estimamos que para cada animal retirado na natureza e colocado à venda, outros nove acabam morrendo nas mãos dos traficantes, vítimas do abuso e maus tratos decorrentes da captura e transporte precários(leia detalhes aqui)

Em 26/07 a PMA resgatou 19 primatas, incluindo dois micos-leões dourados. Uma mulher foi presa por cativeiro e maus tratos e uma multa de R$34,5 mil foi aplicada.
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Em 26/07 a PMA resgatou 19 primatas, incluindo dois micos-leões dourados. Uma mulher foi presa por cativeiro e maus tratos e uma multa de R$34,5 mil foi aplicada.










2) Operação "Bota Fora"

Uma das nossas estratégias mais importantes é atingir a logística econômica do crime, privando os agressores dos seus equipamentos, geralmente máquinas de grande porte e de alto custo, assim como aplicando multas pesadas, tanto para os flagrados na cena do crime, como para os mandantes. Sempre que possível efetuamos prisões e conduzimos os criminosos para as autoridades civis.  A mesagem pode ser antiga, mas no Policiamento Ambiental funciona muito bem: crime ambiental não compensa! Um bom e recente exemplo de apreensão de equipamentos de grande porte ocorreu na operação "Bota Fora" desenhada para atacar os aterros ilegais.  (leia detalhes aqui)

Às 23hs deste 3 de agosto, após 18 horas da operação
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Às 23hs deste 3 de agosto, após 18 horas da operação "Bota Fora" contra aterros ilegais, a Polícia Militar Ambiental apreendeu dois tratores e seis caminhões na cidade de Embu, e aplicou pesadas multas. Desta vez ninguém foi preso.








3) Operação "Represa Legal"

Após várias denúncias de roubos de embarcações, pesca e caça ilegal na região das represas Billings e Guarapiranga, na Grande São Paulo, decidimos fazer uma operação de porte para impedir essas ações criminosas. Usamos 52 Policiais dividos em 10 embarcações, 10 veículos em terra e um helicóptero. Boa parte do sucesso dessa ocorrência se deveu à colaboração da população local, em especial aos pescadores, que nos indicaram as áreas onde os criminosos atuavam.  (leia detalhes aqui)

Polícia Militar Ambiental apreendeu redes de pesca ilegal e impediu caçadores e pescadores nas matas ao redor das represas Guarapiranga e Billings.
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Polícia Militar Ambiental apreendeu redes de pesca ilegal e impediu caçadores e pescadores nas matas ao redor das represas Guarapiranga e Billings.





4) Operação "Madeira Legal"

A operação “Madeira Legal”, visa combater o comércio ilegal de madeira, principalmente as de origem amazônica, o Policiamento Ambiental apreende centenas de metros cúbicos de madeira de origem ilegal. (leia detalhes aqui)

Toneladas de madeira ilegal cortadas na região amazônica e pronta para ser vendida no mercado negro, foram apreendidas na região de Campinas, interior paulista, pela PMA.
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Toneladas de madeira ilegal cortadas na região amazônica e pronta para ser vendida no mercado negro, foram apreendidas na região de Campinas, interior paulista, pela PMA.

5) Mega Balão

No começo do ano participamos de uma operação de resgate de um balão de proporcões difíceis de se acreditar. Sua altura era de 50 metros, o comprimento de uma piscina olímpica. Esses monstros são tão volumosos que a sua mecha é um butijão de gás. Essa verdadeira arma derrubaria facilmente um jato de grante porte e poderia causar um incêndio consumindo várias casas.  (leia detalhes aqui)

Balão monstro, verdadeira arma pronta para derrubar um avião, ou causar um incêndio de grandes proporções, cai em Campinas, interior de São Paulo. PMA prendeu 6 pessoas.
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Balão monstro, verdadeira arma pronta para derrubar um avião, ou causar um incêndio de grandes proporções, cai em Campinas, interior de São Paulo. PMA prendeu 6 pessoas.



6) Onça I & II

Agosto nos trouxe duas operações muito bonitas, que nos enchem de orgulho. Recebemos um telefonema sobre uma onça parda adulta dentro da recepção de uma fábrica. Parecia brincadeira, mas não era. Trabalhamos em conjunto com nossos competentes Bombeiros e resgatamos o felino. A outra ocorrência foi de um filhotinho de onça parda que foi encontrado miando num canavial. Os dois foram tratados por veterinários e serão soltos na natureza. Onça adulta (veja detahes aqui)  e Onça filhote  (veja detalhes aqui)

Onça Parda encontrada na recepção de uma fábrica, resgatada pela Polícia Militar Ambiental e Bombeiros.
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Onça Parda encontrada na recepção de uma fábrica, resgatada pela Polícia Militar Ambiental e Bombeiros.
Filhote de Onça Parda achado abandonado num canavial e resgatado pela Polícia Militar Ambiental.
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Filhote de Onça Parda achado abandonado num canavial e resgatado pela Polícia Militar Ambiental.


É verdade que sua sala possui várias gaiolas penduradas na varanda?
É sim, porém elas não têm grades. Estão lá para serem emblemáticas. As aves e alguns saguis se alimentam de frutas que ali colocamos. Na minha opinião, lugar de qualquer animal silvestre é na natureza. Vê-los lá se alimentando é uma baita satisfação. 

Você pode nos dar algumas estatísticas de resultados das principais áreas de atuação da PMA?
Anualmente o Policiamento Ambiental apreende, em média, 820 armas de caça. de 2005 a 2016 foram 9.037 armas a menos nas mãos dos caçadores. No período de 2001 a 2016  foram apreendidos 679.339 unidades de Palmitos “in natura” e 2.854.064 unidades em vidros de palmito. Um total de 513.108 Kg de pescado irregular apreendido no período de 2005 a 2016. Em 2017, 21 fábricas de balões foram fechadas, com isso, estima-se que ao menos 500 balões deixaram de ser soltos, colocando em risco refinarias, aeroportos, casas, florestas e aeronaves.

Como é que se aciona a PMA?
Os canais para acionamento são:

1- Pelo celular, através do aplicativo Denúncia Ambiente, disponível para Android http://bit.ly/DenuncieAmbienteAndroid  e IOS  http://bit.ly/DenuncieAmbienteIOS

2- Pelo site:  http://denuncia.sigam.sp.gov.br/

3- Por e-mail:  [email protected]

4- Por telefone: consulte o número da unidade mais próxima:  http://bit.ly/LocalizeAmbiental

ATENÇÃO: em casos de emergência, ligue 190.


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