Operação da Polícia Militar em Araraquara, interior de São Paulo, resultou na apreensão de carga de madeira nativa
Divulgação Polícia Militar Ambiental
Operação da Polícia Militar em Araraquara, interior de São Paulo, resultou na apreensão de carga de madeira nativa

Imagine a seguinte situação: é véspera de fim de semana, você está em meio a um dia comum de trabalho e surge a oportunidade de faturar R$ 5 mil sem o menor esforço, bastando apenas fechar os olhos para uma situação irregular. Se para muitos a ideia de receber um ‘14º salário’ de maneira tão fácil pode parecer tentadora, para os agentes da Polícia Militar Ambiental  não houve conversa. É a história desse exemplo de profissionalismo e honestidade que contamos a seguir.

A cidade de Araraquara, no interior de São Paulo, foi o palco dessa tentativa de corromper agentes públicos – apenas mais uma num país em que a corrupção se manifesta desde os campos de petróleo até os frigoríficos. Os personagens dessa história são um caminhoneiro que transportava carga de madeira nativa sem documentação, seu comparsa, e os já mencionados agentes da Polícia Militar Ambiental .

Durante patrulhamento nessa sexta-feira (24), os policiais fizeram a abordagem do caminhoneiro em um posto de gasolina e encontraram a carga de 36 metros cúbicos de madeira nativa (das árvores Cupiúba e Cambará). O motorista disse aos agentes que trouxe o carregamento do município de Uruará (PA) e o levaria para Campinas, no interior paulista.

O homem reconheceu que não possuía a documentação necessária para transportar a madeira e ofereceu R$ 5 mil aos agentes para ser liberado. Foi quando entrou em cena o Subtenente da Polícia Militar Cordoba.

“Quando o Subtenente chegou, o caminhoneiro disse: ‘já vi que é você quem decide. Te ofereço R$ 10 mil’. Ele apostou tudo para não perder a carga. Mas não é assim que funciona”, relatou o Tenente Leandro, do 4º Batalhão da Polícia Militar Ambiental de Araraquara.

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Comparsa também é preso

O caminhoneiro foi preso em flagrante e encaminhado à delegacia, para onde também foi o Tenente Leandro. Logo após chegar ao local, surgiu o carro de um ‘amigo’ do caminhoneiro que ofereceu o suborno aos policiais.

“Esse ‘amigo’ de Campinas disse que estava com o dinheiro. Fizemos uma busca na caminhonete dele e lá estavam os R$ 10 mil. Ele percebeu que a gente estava falando de um jeito diferente do que ele imaginava e tentou explicar. Primeiro disse havia recebido aquele dinheiro em um frete, depois falou que vendeu um carro... Acabou sendo preso também como coautor do crime”, relata o Tenente Leandro.

O caminhoneiro, que já tinha histórico criminal, foi autuado por corrupção ativa e crime ambiental. Ele deverá pagar multa no valor de R$ 21,6 mil devido ao transporte ilegal de madeira nativa sem documentação de origem ou Nota Fiscal.

O caminhão ficou apreendido administrativamente em um pátio conveniado com a Polícia Militar e a madeira recuperada pela Polícia Militar Ambiental será destinada à manutenção dos Parques Urbanos de São Paulo.

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