As autoridades de Flórida intensificaram, nesta terça-feira (8), os pedidos de evacuação antes da chegada do furacão Milton, que deve atingir a costa na noite de quarta-feira e pode ser "a pior tempestade" a atingir a península em um século , alertou o presidente Joe Biden.
Já afetada pelo destrutivo avanço de Helene há dez dias, furacão que deixou mais de 234 mortos, "toda a península da Flórida está sob algum tipo de alerta ou aviso", afirmou o governador Ron DeSantis.
Milton avançava nesta terça-feira pelo Golfo do México como um furacão de categoria 4, com ventos máximos sustentados de 240 km/h e ameaçam causar ondas de até 4,5 metros, segundo o centro de furacões (NHC) dos Estados Unidos .
Biden afirmou que Milton pode ser "a pior tempestade na Flórida em um século" e pediu aos americanos em áreas de risco para "se retirarem agora, agora, agora".
"É uma questão de vida ou morte", acrescentou o mandatário.
Após perder força de categoria 5 para 4, espera-se que atinja a Flórida na noite de quarta-feira como uma tempestade de categoria 3 e continue como um potente furacão quando atravessar a península, de acordo com o NHC.
As companhias aéreas habilitaram voos adicionais partindo de Tampa, Orlando, Fort Myers e Sarasota, como forma de aliviar o congestionamento nas estradas.
Milton pode ser "a pior" tempestade a atingir a região de Tampa em mais de 100 anos, segundo o NHC.
O especialista em furacões Michael Lowry alertou que a maré de tempestade causada pelo furacão Milton na região de Tampa, com cerca de três milhões de habitantes, "poderia dobrar os níveis" registrados há duas semanas durante a passagem de Helene, que já provocou grandes inundações.
"Se ficarem, vão morrer"
"Helene foi um alerta. É literalmente uma catástrofe", disse na segunda-feira à CNN Jane Castor, prefeita da cidade de Tampa. "Posso dizer isso sem exagerar: se escolherem ficar em uma das áreas de evacuação, vão morrer".
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Geradores, alimentos, água e lonas estão sendo distribuídos por toda a Flórida, e muitos moradores estão protegendo suas casas ou planejam sair.
Milton passou perto da península de Yucatán, no México, na noite de segunda-feira, provocando intensas chuvas, ventos fortes e ondas, mas sem que danos maiores fossem registrados.
A vice-presidente e candidata democrata à Casa Branca, Kamala Harris, pediu aos moradores da Flórida que "levem a sério" as autoridades locais.
"Moradores da Flórida, vocês são pessoas resilientes que sofreram muito, mas este será diferente", advertiu ela na rede ABC.
Em uma demonstração da gravidade da situação, Biden suspendeu uma viagem que tinha programada para Alemanha e Angola nesta semana, informou a Casa Branca nesta terça-feira.
Filas em Tampa
O sudeste dos Estados Unidos ainda se recupera do impacto devastador do furacão Helene.
Em uma cena frenética que se repetia em vários lugares da Flórida, dezenas de carros formavam fila em um ginásio em Tampa para pegar sacos de areia para proteger suas casas das inundações que Milton trará.
John Gómez, de 75 anos, ignorou as recomendações e viajou de Chicago para tentar salvar a casa que tem na Flórida.
"Acho que é melhor estar aqui caso algo aconteça", disse Gómez enquanto esperava na fila.
Os cientistas sustentam que a mudança climática provavelmente desempenha um papel na rápida intensificação dos furacões, pois as superfícies oceânicas mais quentes liberam mais vapor d'água, o que fornece mais energia às tempestades e, consequentemente, intensifica seus ventos.
A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA) havia previsto em maio que a temporada de furacões no Atlântico Norte (de junho a novembro) seria especialmente turbulenta este ano devido à temperatura dos oceanos.
Em plena campanha presidencial, o candidato republicano Donald Trump aproveitou a frustração sobre a resposta federal ao furacão Helene e a alimentou com desinformação, afirmando falsamente que o dinheiro para desastres havia sido malversado e gasto em migrantes.
Kamala, adversária rival democrata, o chamou de "extraordinariamente irresponsável".
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