
Países como Espanha, França, Itália, Portugal e Alemanha enfrentam temperaturas que ultrapassam os 40 °C, levando autoridades a emitir alertas máximos e adotar medidas emergenciais neste verão europeu.
A situação provocou o fechamento temporário de escolas em várias regiões da França, onde o calor intenso representa risco para crianças e profissionais. Em Paris, a Torre Eiffel, um dos principais pontos turísticos, também foi fechada ao público para proteger visitantes e funcionários. O brasileiro Benjamim Gonçalves, que está com a família em Paris, contou à reportagem que mesmo acostumado com altas temperaturas, já que mora no Ceará, está inviável para caminhar em certos horários pela cidade. “A gente sabe que na Europa a gente anda e anda muito - para conhecer os pontos turísticos. Tem horários, por exemplo, que até evitamos sair do hotel. Nem no Ceará tinha sentido tanto calor como tô vendo aqui”
Autoridades dos países da União Europeia estimam que até o momento, as ondas de calor, resultaram em pelo menos 686 mortes confirmadas. Essas fatalidades foram registradas em diversos países, incluindo Reino Unido, Espanha, França e Itália. É importante ressaltar que esses números são preliminares e podem aumentar à medida que mais dados sejam coletados e analisados.
Hospitais na França e na Itália, por exemplo, registraram aumento significativo de casos relacionados ao calor, como desidratação, insolação e exaustão térmica. Em alguns casos, o calor extremo já resultou em mortes, incluindo a de um operário na Itália e dois trabalhadores rurais na Catalunha, região da Espanha que também enfrenta incêndios florestais que devastaram mais de 6 mil hectares.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Agência Europeia do Ambiente, as ondas de calor na Europa causaram mais de 100 mil mortes nos últimos dois anos, e os números deste verão ainda estão sendo contabilizados.
Para reduzir os impactos, autoridades recomendam que a população evite exposição ao sol entre 11h e 17h, mantenha-se hidratada, utilize roupas leves e busque ambientes climatizados. Especial atenção deve ser dada a grupos vulneráveis, como crianças, idosos e pessoas com doenças crônicas. “No grupo de mães, que temos aqui em Valência, estamos organizando passeios com as crianças somente no fim de tarde, início de noite. Impossível aproveitar a praia como gostaríamos nestas férias” conta Andréa Ribeiro, brasileira que mora na Espanha há dois anos.
“O calor extremo deixou de ser um fenômeno excepcional; agora faz parte do nosso verão”, afirmou um representante da Cruz Vermelha Europeia.