Os dois fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró, que foram recapturados no Pará, retornaram ao Rio Grande do Norte na madrugada desta sexta-feira (5). Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento foram transportados de avião até o estado e desembarcaram em Mossoró.
Após sua chegada, os fugitivos foram conduzidos de volta à penitenciária de Mossoró, onde medidas de segurança foram reforçadas e houve uma troca na direção. Rogério e Deibson ficarão alojados em celas separadas e serão constantemente monitorados, conforme informado pelo Ministério da Justiça.
As buscas pelos fugitivos se estenderam por 50 dias até que fossem localizados e recapturados na tarde de quinta-feira (4), durante uma operação conjunta da Polícia Federal (PF) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Rogério e Deibson haviam fugido da prisão em 14 de fevereiro e foram encontrados nesta quinta-feira a uma distância de mais de 1.600 km de Mossoró.
Durante o depoimento à PF após sua recaptura, os dois fugitivos optaram por permanecer em silêncio. Por volta das 21h30, deixaram a delegacia de Marabá e foram levados ao aeroporto da cidade.
O avião da PF decolou do aeroporto de Marabá por volta das 22h de quinta (4), chegando a Mossoró às 1h30 desta sexta-feira (5).
Após desembarcarem, os fugitivos foram encaminhados ao Instituto Técnico-Científico de Perícia (Itep), onde foram submetidos a exames de corpo de delito.
Entenda o caso
Rogério e Deibson fugiram da Penitenciária Federal de Mossoró em 14 de fevereiro, uma Quarta-Feira de Cinzas. Os dois presos, naturais do Acre, estavam detidos na unidade desde setembro de 2023 e são ligados ao Comando Vermelho.
Essa fuga foi a primeira registrada na história do sistema penitenciário federal, que engloba ainda as penitenciárias de Brasília (DF), Catanduvas (PR), Campo Grande (MS) e Porto Velho (RO).
Para escapar da prisão, os detentos abriram um buraco atrás de uma luminária da cela e cortaram duas cercas de arame. De acordo com as investigações, utilizaram ferramentas de uma obra em andamento na penitenciária.
Após o ocorrido, autoridades locais e federais mobilizaram uma força-tarefa para capturar os fugitivos. O grupo era composto por agentes da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Civil e Polícia Militar do estado.
Nos primeiros dias em fuga, os fugitivos invadiram residências e mantiveram uma família como refém. Além disso, a PF informou que uma facção criminosa teria ajudado a pagar R$ 5 mil ao proprietário de uma fazenda que colaborou na fuga.
A dupla conseguiu sair do Rio Grande do Norte e, em 18 de março, embarcou em um barco pesqueiro de Icapuí (CE), a 202 km de Fortaleza, com destino à Ilha de Mosqueiro, em Belém do Pará.
A jornada pela costa brasileira durou seis dias, culminando com a chegada dos fugitivos a Belém em 24 de março.
Detalhes da prisão
Por volta das 10h da manhã de quinta-feira, um delegado da PF informou à PRF em Marabá que os fugitivos estariam passando pela cidade de Tailândia (MA), a 300 km de Belém.
A polícia iniciou então o acompanhamento dos criminosos. Quando estes se aproximaram de Morada Nova, a 25 km de Marabá, os policiais bloquearam ambos os lados de uma ponte na BR-222.
Um dos fugitivos estava em um veículo, enquanto o outro estava em outro carro. Um terceiro veículo, que prestava apoio aos criminosos, também foi interceptado. Além dos fugitivos, quatro indivíduos que os auxiliavam na fuga foram detidos na quinta-feira.
Com o grupo, foram apreendidos um fuzil com dois carregadores, dinheiro e oito celulares. O Ministério da Justiça declarou que os fugitivos tinham a intenção de fugir para o exterior.
Segundo levantamento da GloboNews, apenas as forças federais gastaram R$ 2,1 milhões na operação de busca.