A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF ), prorrogou por mais 45 dias nesta terça-feira o inquérito que investiga o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por prevaricação quanto a supostas irregularidades na compra da vacina indiana Covaxin .
A ministra também deu cinco dias para que Ministério da Saúde e Anvisa apresentem processos administrativos referentes à contratação e à importação da vacina.
O pedido de prorrogação do inquérito foi feito pela Polícia Federal em outubro, quando disse ser necessária a realização de novas diligências com o intuito de esclarecer a materialidade, as circunstâncias e a autoria dos fatos sob investigação. Segundo a PF, o Ministério da Saúde decretou sigilo às informações. A PGR também concordou com esse pedido.
Segundo Rosa, as diligências solicitadas pela PF e corroboradas pela PGR "mostram-se pertinentes ao objeto da investigação, proporcionais sob o ângulo da adequação, razoáveis sob a perspectiva dos bens jurídicos envolvidos e úteis quanto à possível descoberta de novos elementos que permitam o avanço das apurações".
Para ela, a decretação de sigilo às informações por parte do Ministério da Saúde "não se mostra conciliável com a forma republicana e o regime democrático de governo", sobretudo "quando em jogo atos pertinentes à despesa pública e, no que diz com a hipótese dos presentes autos, a utilização de recursos escassos em cenário de grave crise sanitária nacional".
As denúncias sobre a Covaxin foram levantadas pelo deputado Luis Miranda (DEM-DF) e o irmão, o servidor Luis Ricardo Miranda. Eles relatam que avisaram Bolsonaro em uma reunião no dia 20 de março sobre suspeitas de irregularidades na compra do imunizante.