Bolsonaro, castro e ministros
Reprodução O Globo
Bolsonaro, castro e ministros

RIO - O presidente da República, Jair Bolsonaro, declarou alinhamento político ao governador do Rio, Cláudio Castro,  durante encontro realizado nesta quarta feira, a portas fechadas, no Palácio Laranjeiras. Em seu discurso, ele pediu aos deputados federais e estaduais convidados para a reunião que apoiem Castro naquilo que definiu como uma "missão à frente do Governo do Rio". Sem falar nas eleições do ano que vem ou prometer apoio ao governador, que sonha se manter no cargo, Bolsonaro disse que votar de acordo com os interesses de Castro significa estar ao lado do governo federal nesse momento.

Esse foi o primeiro encontro entre os dois desde a efetivação de Castro no cargo, no último sábado, após a votação do impeachment de Wilson Witzel. Oficialmente, o encontro se tratou de uma visita de cortesia ao governador recém-empossado. Mas as bancadas de PSL e PSC na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) e na Câmara Federal esperavam por essa manifestação do presidente para saber quais posicionamentos tomar. Deputados que estiveram no evento ressaltaram que nunca houve um pedido de colaboração desse tipo, por exemplo, em relação ao antecessor de Castro, Wilson Witzel - que chegou a apoiar Bolsonaro em parte do seu mandato, antes do rompimento definitivo.

O presidente também prometeu investimentos e "atenção especial" ao estado, que é berco do bolsonarismo. Castro, por sua vez, enxerga a manifestação de Bolsonaro com "dois lados positivos", conforme explica, sem se identificar, um dos deputados mais próximos a ele.

- Por um lado, ele (Castro) espera que a fala do presidente volte a unir a bancada eleita pelo PSL, em 2018, que estava dissolvida e se dividia entre bolsonaristas e aqueles que pretendiam seguir com o governo de Witzel. Ele passou um recado de que estar com o Castro é estar com a União, e o governador quer uma base de apoio. Por outro lado, Castro passa a se ver como o favorito para contar com o apoio de Bolsonaro, no ano que vem.

Assuntos de interesse do governo do Rio, como o Regime de Recuperação Fiscal, não foram tratados pelo presidente em seu discurso. A comitiva de Bolsonaro contou com dez integrantes. Ausências sentidas na reunião, os filhos do presidente não estiveram presentes.

Os novos secretários de Castro, o contador e professor universitário Nelson Rocha, que comandará a Secretaria Estadual de Fazenda, e o médico e major do Corpo de Bombeiros Alexandre Chieppe, titular da pasta da Saúde, foram apresentados ao presidente. Também estiveram presentes os ministros da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, das Relações Exteriores, Carlos Aberto França, e da Secretaria Geral da Presidência, Onyx Lorenzoni. Compareceu ainda o secretário especial de Esporte, Marcelo Reis Magalhães.

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Presenças causam mal-estar

A lista de deputados estaduais convocados para o encontro foi elaborada por Castro. Alguns dos convidados, como os deputados Rodrigo Amorim e Alexandre Knoploch, que haviam abandonado a base bolsonarista, estiveram entre os presentes - o que gerou desagrado de alguns. Os dois chegaram a votar contra as diretrizes impostas pela família do presidente e flertaram com outros partidos. Castro tenta aparar essas arestas e constituir um bloco sólido de apoio. Esses parlamentares não se reuniam sob uma mesma convocatória desde 2019.

Além deles, foram convidados os deputados estaduais: Charles Batista, Alana Passos, Felipe Poubell, Dr. Serginho (que hoje ocupa a Secretaria da Ciência e Tecnologia), Anderson Moraes, Márcio Gualberto, Rosane Felix, Coronel Salema, Renato Zaca e Leo Vieira.

- A eleição se aproxima e todo mundo quer colar no presidente novamente. Assim é a vida, mas ele sabe quem é quem - disse um dos presentes ao GLOBO.

Outro convidado jogou panos quentes:

- O convite a eles dois mostra que o Cláudio está interessado em juntar forças, sem se prender a mágoas do passado.

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