Candidatos que já realizaram outras edições do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e profissionais que costumam acompanhar locais de aplicação da prova relatam que a edição 2020, realizada neste domingo (17), tem movimentação consideravelmente mais fraca em meio à pandemia de Covid-19 . Centros tradicionais do Rio e de São Paulo e Teresina abriram os portões mais cedo do que o previsto pelo Ministério da Educação (MEC) para evitar aglomerações, mas ainda havia poucos candidatos circulando.
A 30 minutos do horário oficial de abertura dos portões, a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), tradicional local de prova na Zona Sul da cidade, estava vazia. Expositores de universidades particulares que armaram tendas em frente ao local lamentam a falta de movimento e acreditam que o medo da Covid-19 fez muitos candidatos desistirem.
"Trabalho com divulgação de universidades há três anos aqui na Puc e nunca vi tão vazio. Os ônibus chegam vazios e as pessoas que passam não sabem que hoje é dia de Enem", diz a coordenadora de marketing Bruna Victoria.
Em Niterói, menos de dez candidatos chegaram antes das 11h30, hora marcada para abertura dos portões do Enem, no Colégio Estadual Aurelino Leal, no Ingá. Samara Fernandes, 19 anos, foi a primeira. Ela quer cursar Psicologia e chegou às 11h20 equipada de cartões para rememorar alguns conteúdos para a prova.
"Estou ansiosa e com medo da Covid-19, mas nessa hora a gente tem que esquecer a doença para se concentrar na prova", conta a jovem, moradora de Icaraí.
Quando os portões abriram, apenas sete candidatos estavam no local.
Em São Paulo, a Faculdade Mackenzie, na Zona Oeste da cidade, também estava vazia. Segundo um segurança da instituição, que preferiu não se identificar, o local costuma receber cerca de 15 mil alunos anualmente para o Enem. Este ano, com a pandemia, o número caiu para 4 mil.
A estudante Suellen Guimarães, de 18 anos, foi a primeira a chegar na Mackenzie.
"Estou esperando que abram os portões, mas está quase na hora. Ano passado fiz em outro lugar, mas estava mto diferente. Muito mais movimentado", disse.
Para evitar aglomerações, os portões foram abertos meia hora mais cedo, por volta das 11h30.
Em Teresina, os portões da Universidade Estadual do Piauí (Uespi), onde 2.500 estudantes fazem prova do Enem, foram abertos às 11h20.
Poucos candidatos entraram nos locais de aplicação de provas em todo o Piauí.
"Estou surpeesa com o pequeno número de pessoas para fazer o Enem", disse Elisângela Veras, que está fazendo a prova em Teresina.
O secretário estadual de Educação do Piauí, Ellen Gera, disse que o número menor de estudantes nos locais de aprovação se deve ao fato dos portões ficarem abertos das 11h15 às 13h, o que permite que os candidatos não se aglomerem.
Em Salvador, na Bahia, a movimentação no Colégio Central também foi fraca no momento de abertura dos portões.