Nesta quarta-feira (9), o senador Tasso Jereissati
( PSDB
-PE) afirmou que os tucanos devem ser uma “oposição não sistemática” ao presidente eleito Luiz Inácio Lula
da Silva (PT). O parlamentar, que apoiou a candidatura do petista no segundo turno, disse que políticos do partido precisam ser independentes no Congresso e não estejam em cargos do futuro governo.
“Na minha opinião, nós devemos fazer uma oposição não sistemática, como fizemos no 1º governo do Lula, aprovando vários projetos de interesse dele. O presidente Lula está se propondo a fazer um governo de coalizão que conjugue várias tendências e pensamentos. Então, vamos esperar para ver até que ponto vai a nossa oposição. Na minha opinião, o partido não deve ter cargos nem integrar a base de governo; tem que ficar independente”, falou Jereissati em entrevista ao jornal O Globo.
O senador revelou que conversou com Lula e o petista demonstrou estar aberto para ter a ajuda de outros partidos. O PSDB chegou a ser cogitado para estar ao lado do PT, no entanto, a sigla optou por ser neutro no segundo turno das eleições presidenciais e até o momento não houve nenhuma conversa sobre os tucanos estarem na transição.
Jereissati culpa PT pelo bolsonarismo
Tucanos históricos resolveram apoiar o PT contra Jair Bolsonaro (PL), mas Jereissati responsabilizou os petistas pelo surgimento da extrema-direita no Brasil.
“Quando o Fernando Henrique assumiu, o PT mais radical veio à tona e cometeu o grande erro, a meu ver, que gerou o Bolsonaro: nos transformar em inimigo número 1 e até nos demonizar. E aí dividiu o país, quando o PT fez o “nós contra eles”. Esse tipo de posicionamento levou ao surgimento de Bolsonaro, que trouxe à tona no país o que não existia — uma extrema-direita organizada”, comentou.
O PSDB viu seu número de parlamentares despencar em 40%, além de ter perdido o governo do estado de São Paulo. Porém, o senador acredita que a sigla conseguirá se reerguer.
“Nessas eleições, vivemos o momento mais baixo em número de parlamentares. Mas elegemos três governadores excepcionais [Eduardo Leite no Rio Grande do Sul; Raquel Lyra em Pernambuco; e Eduardo Riedel no Mato Grosso do Sul]. São jovens, com muito talento e espírito público. É o início de um novo PSDB, com a cara e a mentalidade deles”, comentou.
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