Após os discursos de Jair Bolsonaro (PL) em Brasília e no Rio de Janeiro durante a celebração do Bicentenário da Independência no Brasil, nesta quarta-feira (7), os candidatos à Presidência da República se manifestaram e criticaram o atual presidente.
Simone Tebet (MDB) chamou o mandatário de 'patético' e disse que se sente "envergonhada e desrespeitada" após Bolsonaro gritar "imbrochável" para ele mesmo durante ato em Brasília .
"Vergonhoso e patético! No dia da Independência do Brasil, o Presidente mostra todo seu desprezo pelas mulheres e sua masculinidade tóxica e infantil. Como brasileira e mulher, me sinto envergonhada e desrespeitada", afirmou Tebet nas redes sociais.
Soraya Thronicke , candidata à Presidência pelo União, Brasil também se manifestou sobre a fala do presidente. Segundo a senadora, ser imbrochável "não interessa ao povo brasileiro".
"Divorciado do respeito à data, em pleno 7 de Setembro, o presidente insiste em propagar que é imbrochável - informação que, sinceramente, não interessa ao povo brasileiro", escreveu no Twitter.
Na manhã desta quarta-feira, Bolsonaro puxou um coro gritando "imbrochável" , em Brasília, e comparou a esposa, Michelle Bolsonaro, a outras primeiras-damas.
Durante discurso no Rio de Janeiro, onde participou de uma motociata e realizou um discurso de 17 minutos na orla de Copacabana, o mandatário fez ataques ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) .
"Não sou muito educado, falo palavrões, mas não sou ladrão", afirmou Bolsonaro, que não citou o nome de Lula, mas se referiu a ele como "quadrilheiro de nove dedos" que quer "voltar à cena do crime" e deve ser, na visão dele, "extirpado da vida pública".
Lula rebateu, na noite desta quarta-feira, dizendo que Bolsonaro utilizou o dia da Independência para atacá-lo e não para "discutir os problemas do Brasil".
"O presidente, ao invés de discutir os problemas do Brasil, tentar falar para o povo brasileiro como é que ele vai resolver o problema da educação, da saúde, do desemprego, ele tenta falar de campanha política e tenta me atacar".
Além disso, a área jurídica da chapa do ex-presidente informou que entrará com uma ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para investigar Jair Bolsonaro por abuso de poder econômico e político no 7 de Setembro. Segundo os advogados, o presidente usou os eventos do Bicentenário da Independência para fazer um "megacomício" eleitoral.
O candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes , afirmou, nas redes sociais, que Bolsonaro é um "imbecil e criminoso" e usou o 7 de Setembro para fazer campanha eleitoral.
"Bolsonaro transformou o 7 de Setembro dos 200 anos da independência no mais desavergonhado comício eleitoral já feito neste país. E houve outras transgressões políticas, institucionais e morais seríssimas. Os brasileiros cobram uma ação da justiça!", disse Ciro.
O pedetista também criticou a presença do empresário Luciano Hang, ao lado de Bolsonaro no desfile do 7 de Setembro em Brasília (DF). “Nós assistimos ao presidente da República colocar um empresário picareta, investigado na Justiça, do seu lado”, disse Ciro.
Hang é um dos oito empresários alvos da Polícia Federal , que são acusados de trocar mensagens que diziam que um "golpe" seria melhor do que um novo mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O mandatário, inclusive, defendeu os empresários nesta quarta-feira, dizendo que eles "não tiveram nada mais do que sua privacidade violada", em discurso no Rio de Janeiro.
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