O Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) rejeitou, nesta sexta-feira (22), a resolução dos Estados Unidos que pedia um cessar-fogo na Faixa de Gaza , além de um acordo para a libertação de reféns.
A proposta precisava de no mínimo nove votos favoráveis, e recebeu 11 votos. Ainda, três países votaram contra o texto, além de uma abstenção por parte da Guiana. Apesar do saldo positivo, o documento não foi aprovado porque a Rússia e a China votaram contra. As duas nações são membros permanentes do Conselho, portanto, têm direito a veto.
Para a resolução ser aprovada, era necessário que não houvesse nenhum veto dos países que têm direito à negativa, que são: EUA, França, Grã-Bretanha, Rússia e China.
O texto pedia um "cessar-fogo imediato e sustentado", que deveria durar até seis semanas, com inclusão de proteção aos civis para entrega de ajuda humanitária, além da libertação dos reféns.
O documento ainda apoiava as negociações mediadas pelos EUA, Egito e Catar sobre um cessar-fogo e acentuava que a trégua deveria intensificar os esforços para uma "paz duradoura".
Votação
Na ONU, o embaixador russo Vassily Nebenzia, acusou a resolução de ser enganosa por não ser clara sobre um cessar-fogo e apoiar a ofensiva de Tel Aviv em Rafah, cidade onde estão milhares de descolados palestinos.
"Isso liberaria as mãos de Israel e resultaria em toda Gaza e sua população tendo que enfrentar destruição, devastação e expulsão", afirmou Nebenzia.
O representante da China, Zhang Jun, chamou os EUA de hipócritas e pediu que um texto alternativo, com mais clareza sobre a cessação das hostilidades.
Antes da votação, a embaixadora dos EUA na ONU, Linda Thomas-Greenfield, declarou que o país está "trabalhando incansavelmente para garantir um cessar-fogo duradouro e imediato como parte de um cordo para libertação dos reféns que vai nos ajudar a lidar com a situação humanitária em Gaza".
A resolução é apresentada em meio a uma mudança de tom dos Estados Unidos perante a guerra entre Israel e Hamas. Forte aliado israelense, os EUA repreenderam os ataques de Tel-Aviv que matam inocentes em Gaza.
Para o presidente norte-americano, Joe Biden, a abordagem do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu , pode arruinar a imagem do país. O mandatário afirmou que o premiê "está prejudicando Israel mais do que ajudando". Além disso, o presidente dos EUA pediu um cessar-fogo imediato.
Está é a nona resolução rejeitada pelo Conselho de Segurança sobre a guerra entre Israel e o Hamas. Até hoje, apenas duas foram aprovadas. Anteriormente, os Estados Unidos vetaram resoluções de outros países sobre o conflito. Um dos textos vetados foi feito pelo Brasil, em outubro de 2023 .
O conflito entre Israel e Hamas, que vai completar seis meses em abril, já deixou mais de 32 mil mortos do lado da Palestina e 1.200 mortos do lado israelense. Ainda, mais de 70% do território de Gaza já foi destruído por causa da guerra.
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