Ministros do governo federal, bem como representantes da Polícia Federal e da Receita, explicam os desdobramentos da megaoperação deflagrada nesta quinta-feira (28) que visa desarticular um esquema bilionário no setor de combustíveis, comandado pela facção Primeiro Comando da Capital (PCC) .
Em balanço divulgado pela Polícia Federal na coletiva, a operação resultou na prisão de seis pessoas e na apreensão de 141 veículos, além do sequestro de outros 1.500. Também foram confiscados R$ 300 mil em espécie, 152 imóveis e duas embarcações. A ação atingiu 41 pessoas físicas e 255 empresas, com bloqueio superior a R$ 1 bilhão e bloqueio total de 21 fundos financeiros.
Combate ao crime organizado
Ricardo Lewandowski, ministro da Justiça e Segurança Pública, celebrou a ação que envolveu uma enorme força-tarefa , com cerca de 1.400 agentes de diversos órgãos públicos. Segundo ele, esta é "uma das maiores operações da história contra o crime organizado, sobretudo em sua atuação no mercado legal".
O ministro explica que as organizações estavam atacando neste momento o setor de combustíveis e a sua ligação com o setor financeiro, o que diz respeito à lavagem de dinheiro. Para ele, a operação foi fundamental para combater o crime organizado.
"Eu diria que, com toda certeza, é uma das maiores operações da história brasileira e eu ousaria dizer também que é uma das maiores operações em termos mundiais, graças ao entrosamento da Polícia Federal, dos órgãos fazendários, da Receita Federal, com a colaboração também de outros órgãos, como o Ministério Público de vários estados, aos quais agradecemos" , destacou.
Integração dos órgãos públicos
O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, falou da importância da cooperação entre as diferentes frentes, como o Ministério Público, a Polícia Federal e a Receita Federal para as investigações sobre o esquema bilionário de fraudes.
Haddad chamou a ação de "exemplar", por conseguir chegar na cobertura do sistema e causar danos financeiros à organização criminosa. Como exemplo, ele citou que operações menores costumam prender pessoas mais abaixo na hierarquia criminosa, que são facilmente substituídas.
"É sem sombra de dúvidas uma das maiores operações da história do Brasil, que inaugura uma forma nova de trabalhar ", destacou, citando as investigações em conjunto dos diferentes órgãos.
O ministro Fernando Haddad lembrou que, em 2023, o Ministério da Fazenda criou uma equipe especializada para investigar fraudes complexas. Segundo ele, o objetivo é usar a inteligência do Estado para identificar esquemas sofisticados, semelhantes aos utilizados por grandes investidores, mas que vêm sendo explorados pelo crime organizado para alcançar os níveis mais altos dessas estruturas ilegais.
"O crime se sofistica e o estado tem que sofisticar a sua ação contra ele. Quando ao crime organizado, é preciso haver resposta organizada, e não há outra forma de dar uma resposta organizada Sem a colaboração de todos os agentes envolvidos" , destaca.
*Reportagem em atualização