Os parlamentares Eduardo (PL) e Flávio Bolsonaro (PL) criticaram publicamente o ministro Alexandre de Moraes após a decisão que impôs prisão domiciliar ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A medida foi tomada pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), que considerou o descumprimento de medidas cautelares no inquérito que apura uma suposta tentativa de golpe e obstrução de Justiça.
De acordo com o despacho, Bolsonaro violou a proibição de utilizar redes sociais, direta ou indiretamente, para divulgar conteúdos com incitação a ataques ao STF e apoio à intervenção estrangeira no Judiciário.
A medida foi motivada pela participação indireta do ex-presidente em manifestação no Rio de Janeiro, onde sua fala foi transmitida por telefone e amplamente divulgada por seus filhos nas redes sociais.
A decisão de Moraes impõe ao ex-presidente restrições como uso de tornozeleira eletrônica, apreensão de celulares e proibição de visitas sem autorização judicial. A Corte também investiga a conduta de Eduardo Bolsonaro no mesmo inquérito.
A resposta de Eduardo Bolsonaro veio por meio de declarações públicas nas quais se referiu ao ministro como “psicopata descontrolado”.
Ele afirmou que, apesar de considerar o momento pessoalmente difícil, já aguardava a medida devido ao histórico de decisões do magistrado.
Eduardo declarou que o episódio fortalece o bolsonarismo e classificou Moraes como um violador de direitos humanos oficialmente sancionado.
O senador Flávio Bolsonaro também se manifestou e classificou a prisão domiciliar como “ato de covardia” e “aberração jurídica”. Ele acusou Moraes de ser “inimigo público” de seu pai e afirmou que o Brasil estaria sob uma ditadura.
Flávio reconheceu que colocou o pai no viva-voz durante a manifestação, o que foi considerado como desrespeito à proibição judicial de Bolsonaro participar, ainda que indiretamente, de eventos políticos com transmissão pública.
Flávio Bolsonaro critica Senado e defende impeachment
Flávio Bolsonaro também criticou o presidente do Senado por, segundo ele, firmar acordos com o objetivo de proteger ministros do STF.
Em sua declaração, o senador cobrou o avanço do pedido de impeachment contra Alexandre de Moraes, processo que já foi protocolado por parlamentares, mas não teve andamento na Casa.
A decisão de Moraes está inserida em uma investigação mais ampla que apura articulações para impedir o funcionamento regular das instituições democráticas. Além de Bolsonaro, seus filhos e aliados políticos também são alvos do inquérito em curso.