
O PDT no Senado comunicou, em nota divulgada nesta terça-feira (6), que seguirá integrando a base de apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva(PT). A decisão foi tomada após reunião entre os senadores Ana Paula Lobato(MA), Leila Barros(DF) e Weverton Rocha(MA), líder do partido na Casa.
A posição contraria a deliberação da bancada da legenda na Câmara dos Deputados, que na mesma data anunciou a adoção de uma postura de independência em relação ao governo federal.
“Em comum acordo e por unanimidade, os senadores do PDT, Ana Paula Lobato, Leila Barros e Weverton Rocha, decidiram pela permanência do partido na base do governo do presidente Lula no Senado. A decisão foi tomada tendo por base a afinidade da bancada com o governo tanto no projeto de desenvolvimento para o Brasil, como na maioria das pautas no Senado", diz a nota enviada ao Portal iG pelo senador Weverton, que é o líder da sigla na Casa
"A bancada do Senado respeita a posição da bancada na Câmara dos Deputados e, embora tenha um posicionamento diferente, reitera que o partido segue unido em defesa dos ideais trabalhistas”, completa.
Na Câmara dos Deputados, a decisão de romper com a base aliada foi tomada também de forma unânime pelos 17 parlamentares da legenda.
O anúncio foi feito após reunião interna e divulgado por meio de publicações nas redes sociais, incluindo perfis oficiais de lideranças do partido.
Segundo deputados da sigla, o principal motivo para a ruptura foi a saída de Carlos Lupi do comando do Ministério da Previdência Social.
Saída de Lupi do governo

Lupi, presidente nacional do PDT, pediu exoneração do cargo em 2 de maio de 2025, após aumento da pressão política relacionada a fraudes no INSS(Instituto Nacional do Seguro Social).
O esquema, revelado por investigações iniciadas em 2023, teria causado prejuízo estimado em R$ 6,3 bilhões aos cofres públicos entre 2019 e 2024.
Embora não figure como investigado, Lupi foi criticado por não ter tomado providências imediatas diante das irregularidades reportadas desde junho de 2023.
Outro fator de tensão entre a bancada do PDT na Câmara e o Palácio do Planalto foi a nomeação de Gilberto Waller Júnior para a presidência do INSS sem consulta prévia ao então ministro.
O episódio foi interpretado como sinal de perda de influência de Lupi dentro do governo.
Posteriormente, Lula nomeou Wolney Queiroz (PDT-PE) como novo ministro da Previdência, mas a substituição não foi suficiente para reverter o descontentamento da bancada.
Deputados do PDT também apontaram que a sigla ocupava espaço político inferior ao de outras legendas da base aliada, como MDB e PSD, apesar de compor o ministério.
Ciro Gomes, ex-ministro e ex-candidato à Presidência pelo PDT, vinha defendendo internamente o distanciamento em relação ao governo.