O tenente-coronel Hélio Ferreira Lima , 46 anos, foi um dos indiciados pela Polícia Federal no inquérito que investiga a tentativa de golpe em 2022 . Ele foi preso na semana passada e foi flagrado com documentos que detalham um plano para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro ( PL ) no poder.
Lima é tenente-coronel da ativa do Exército Brasileiro , com uma carreira marcada por especialização em segurança e operações especiais. Ele estava escalado para a missão de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) durante a cúpula do G20 no Rio de Janeiro quando foi preso no Comando Militar do Leste .
Conhecido como "kid preto", termo usado para integrantes de elite do Exército treinados em operações de guerra irregular, Lima é graduado pela Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), possui MBA em Segurança pela Faculdade Unyleya e especialização em Defesa Nacional. Ele também participou de cursos de elite na França e Colômbia.
O militar comandou a 3ª Companhia de Forças Especiais na Amazônia até fevereiro de 2024, quando foi exonerado após ter seu nome ligado a reuniões com teor golpista.
Os documentos apreendidos
Entre os materiais apreendidos com Lima, estavam os arquivos "Operação Luneta" e "Operação Pacificação Nacional". Ambos detalhavam ações para anular as eleições de 2022, prender ministros do STF e convocar as Forças Armadas para assegurar o controle do governo.
De acordo com a PF, Lima participou ativamente de reuniões estratégicas que visavam deslegitimar as eleições e monitorar opositores políticos, como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro Alexandre de Moraes.
Uma dessas reuniões teria ocorrido em novembro de 2022, na casa do general Braga Netto, ex-candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro. Segundo a PF, Lima apresentou planos detalhados para ações clandestinas que garantissem a permanência de Bolsonaro no poder.
Os documentos apreendidos reforçam o papel de Lima nos planos investigados, indicando estratégias para a implementação de um golpe no país.