O empresário e jornalista Paulo Figueiredo , neto do ex-presidente da Ditadura João Figueiredo , é um dos 37 indiciados nesta quinta-feira (21) pela Polícia Federal pela tentativa de golpe em 2022 . Ele, que teria auxiliado ações para pressionar militares a aderirem ao plano golpista, afirmou que não esteve “no Brasil sequer uma vez em 2022", tendo realizado todo o seu trabalho jornalístico nos Estados Unidos , onde mora.
Em publicação no X, onde já teve contas bloqueadas por determinação judicial, Figueiredo disse que soube do indiciamento pelos jornais e que aguarda "ansiosamente os próximos acontecimentos". Paulo já foi comentarista e apresentador da Jovem Pan.
Indiciamento da Polícia Federal
Ele e os demais envolvidos foram indiciados pela PF por tentativa de golpe de Estado , tentativa de abolição do Estado democrático de direito e organização criminosa. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), um dos nomes na lista, criticou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para o qual o inquérito da PF voltará após o posicionamento da Procuradoria-Geral da República (PGR). Caberá ao ministro, portanto, decidir o futuro dos indiciados.
O ex-presidente também pontuou que “é na PGR que começa a luta”: “Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente ao Metrópoles.
Além de Bolsonaro e Figueiredo, os outros indiciados são ex-ministros, militares, políticos e ex-assessores do ex-presidente, como Augusto Heleno (ex-Gabinete de Segurança Institucional), Valdemar Costa Neto (presidente do PL) e Walter Braga Netto (ex-Defesa e ex-Casa Civil e vice na chapa de Bolsonaro).
Quem é Paulo Figueiredo
Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho é um empresário e jornalista que vive nos Estados Unidos. Neto do presidente da ditadura João Figueiredo (que governou entre 1979 e 1985), ele já foi comentarista da Jovem Pan.
De acordo com a Polícia Federal, o empresário seria responsável por propagar notícias falsas que incentivaram ataques aos militares contrários ao golpe e usaria sua posição e espaço na televisão e rádio do grupo Jovem Pan.
Em nota nas redes sociais, disse: "Deixo claro: não respondo a intimidações, tampouco recuarei no exercício das minhas liberdades dadas por Deus. Tenho inclusive plena confiança de que os Estados Unidos, sob uma nova administração que valoriza a liberdade, tratarão esses acontecimentos com a gravidade que merecem."
Nos EUA, produz conteúdo para redes sociais sobre a política brasileira e americana ao lado do blogueiro Allan dos Santos, que teve sua prisão decretada no Brasil e está foragido.
Ele também foi investigado pela PF em fevereiro por propagação de desinformação golpista e antidemocrática; Um relatório do STF apontou que Figueiredo integrava o núcleo responsável por incitar militares a aderir ao golpe de Estado.