Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, morreu no atentado
Reprodução/redes sociais
Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, morreu no atentado

O autor das explosões na Praça dos Três Poderes em Brasília desta quarta-feira (13), Francisco Wanderley Luiz, planejou o atentado por meses e esteve na capital do Distrito Federal em janeiro de 2023, quando aconteceram os atos antidemocráticos. A informação foi revelada pelo diretor da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (14).

"Há indícios de um planejamento de longo prazo, essa pessoa já esteve em outras oportunidades em Brasília. Inclusive, segundo relatos de familiares, ele estava aqui em Brasília no começo do ano de 2023", disse Rodrigues.

Para o diretor da PF, o fato do trailer onde Francisco estava ter sido alugado há alguns meses "mostra um planejamento de médio, talvez de longo prazo, o que sinaliza a gravidade de tudo isso que foi feito".

O diretor adicionou que as possíveis relações entre o episódio de ontem com as manifestações golpistas de janeiro de 2023 serão investigadas pela PF, sobretudo após os agentes encontrarem uma mensagem escrita por Francisco com referência a uma presa do 8/1 em um espelho de sua casa.

"É importante se dizer que não é só um ato de pixação, é um ato gravíssimo que atenta contra o estado democrático de direito, e essa pessoa [que pixou a estátua da Justiça em frente ao STF no 8/1] está presa até o presente momento. Isso mostra essa vinculação desses grupos radicais que culminam nessa barbárie que aconteceu ontem, na tentativa de matar ministros da Suprema Corte", afirmou Rodrigues.

Conforme o diretor da PF, a investigação também busca saber Francisco "agiu isoladamente ou agiu com demais, se houve apoio financeiro e logístico". Além disso, Andrei falou que a morte foi um "suicídio", e não citou a possibilidade de um acidente.

Artefatos explosivos

PF encontrou diversas bombas na casa alugada por Francisco em Brasília -inclusive, houve uma grave explosão enquanto a polícia investigava o local, mas apenas o robô anti-bomba estava no local, o que salvou a vida de policiais, segundo Rodrigues.

Segundo o diretor da corporação, esses artefatos explosivos "foram construídos de maneira artesanal, mas com grau de lesividade muito grande. Há artefatos de fragmentação que simulam uma granada. Então, isso poderia causar um dano ainda maior se houvesse o intento concluído dessa pessoa".

Além disso, Andrei contou que Francisco "portava também um extintor de incêndio munido de gasolina, simulando um lança-chamas".

Regulação das redes sociais

Questionado sobre o fato de Francisco ter postado sobre o atentado antes de cometê-lo, Andrei disse que o caso "mostra a necessidade que se tem da regulação das redes sociais, para que as pessoas não fiquem impunes, cometendo crimes usando as redes sociais".

Quem era Francisco Wanderley Luiz?

Francisco Wanderley era de Santa Catarina, filiado ao Partido Liberal (PL) e já foi candidato a vereador no município de Rio do Sul pela legenda. O homem era conhecido pelo apelido de "Tiü França" e teria alertado, em redes sociais, que faria um ataque em Brasília.

Segundo a ex-esposa, o atentado tinha o intuito de  matar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

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