Marçal sabatina Boulos nesta sexta-feira (25)
Reprodução/Youtube
Marçal sabatina Boulos nesta sexta-feira (25)

A dois dias do segundo turno das eleições  municipais em  São Paulo , o candidato Guilherme Boulos (PSOL) aceitou o convite para participar de uma sabatina proposta pelo ex-candidato Pablo Marçal (PRTB) nesta sexta-feira (25). Quando perguntado sobre as táticas do ex-adversário no primeiro turno para prejudicá-lo, como o laudo falso indicando o uso de drogas, o psolista respondeu que age "sem ressentimento" em sua campanha.

Derrotado no primeiro turno, Marçal chamou Boulos e o atual prefeito e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), para um “desafio”. Nas redes sociais, o ex-coach disse: “O desafio é o seguinte, sabatinar Ricardo Nunes e Guilherme Boulos. Eu quero saber se você concorda com isso. Eu chamo, sem gracinha e sem diferenciação”.

Horas depois, o perfil de Boulos respondeu que aceitava convite. “Eu topo, nunca fugi de dialogar com ninguém. Será que o Ricardo Nunes topa? Ou vai fugir?”, disse. O emedebista, no entanto, afirmou que “política é coisa séria” e rejeitou a possibilidade de participar de uma sabatina de Marçal. “0% de chance”, reforçou.

Começo com pergunta pessoal

Logo no início da sabatina, Marçal questionou sobre uma eventual derrota no segundo turno. Boulos citou os ataques feitos pelo próprio ex-coach no primeiro turno, afirmando "nunca fugiu" de nenhum confronto político.

A sabatina tem sido conduzida nos moldes de uma "entrevista de emprego". Uma das primeiras perguntas foi se o psolista tem algum "grande arrependimento" na vida.

"Não me arrependo de nada que fiz. Não tenho nenhum arrependimento, tanto na vida pessoal quanto política", respondeu Boulos.

"Sem ressentimento"

Boulos justificou sua presença na entrevista de Marçal, cuja campanha fez vários movimentos para prejudicar a imagem do psolista ao longo do período eleitoral, inclusive a publicação de um laudo médico falso que indicava uso de drogas pelo candidato nas vésperas do 1º turno. Boulos disse que aceitou o convite "sem ressentimento".

"Eu não me movo por mágoa, por ressentimento. Eu me movo na política por um propósito, que é fazer a vida das pessoas melhor, dar por mudança. E é por isso que eu estou aqui hoje. E goste ou não, você teve mais de 1 milhão e 700 mil votos de paulistanos", disse o candidato do PSOL.

No entanto, candidato não deixou de citar os ataques que sofreu do adversário. "O que a gente tem que ter em mente é que eu, se fosse levar pelo pessoal, seria a última pessoa a topar esse convite, até pelos ataques que sofri da sua candidatura", disse Boulos.

Prosperidade

O ex-coach também questionou o candidato se ele acredita na prosperidade e, se sim, como pode acreditar em algo que não vive - em referência ao patrimônio do psolista.

"Você acredita na prosperidade? Por que você está há 20 anos morando no mesmo lugar, como é que você acredita numa coisa que você não vive?", questionou Marçal.

Boulos, então, respondeu que acredita que a prosperidade naõ se trata apenas dos cifrões que a pessoa tem na conta.

"Eu me considero uma pessoa próspera trabalhando como professor, porque fazia o que eu gostava, nunca passei necessidade, a minha família nunca passou necessidade, sempre pude ter um padrão de vida compatível com o que eu ganho. Então, a prosperidade, Marçal, para mim, não é apenas os cifrões que as pessoas têm na conta bancária", disse o psolista.

"O que eu defendo, e também para isso estou na política, é que todo mundo possa prosperar, cada um do seu jeito", concluiu o candidato.

Empreendedorismo

Boulos aproveitou a pergunta anterior para falar sobre suas propostas de incentivo ao empreendedorismo em São Paulo, sobretudo nas regiões periféricas da cidade. “Aquele trabalhador que queira virar empreendedor, o governo tem que dar ajuda para ele. Não tenha dúvida”, disse o psolista.

Após levar uma 'bronca' de Marçal ao alfinetar Nunes, Boulos disse que incorporou ao seu plano de governo uma das propostas do ex-coach, a de criar escolas olímpicas.

“Não tenho problema em reconhecer ideia boa e não vou ficar com ‘birrinha’ porque a ideia é do adversário. O cara que votou em você, votou para mudar. E eu entendo a indignação do eleitor que votou em você. Parte da imprensa interpretou, nesse diálogo que estou fazendo com seu eleitor, como repetição de método”, afirmou Boulos.

Outra proposta também defendida por Boulos é a de adicionar educação financeira, anteriormente apresentada por Marçal, nas escolas do município. 

Acusado de estar “sabonetando”, o candidato do PSOL reiterou seu posicionamento sobre o tema, dizendo que "defende não só a educação financeira, mas também a ambiental. Um currículo que se aproxime da realidade das pessoas".

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