Richard Nunes foi convidado para depor como testemunha de Rivaldo, réu no caso de Marielle
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Richard Nunes foi convidado para depor como testemunha de Rivaldo, réu no caso de Marielle

O general Richard Fernandez Nunes depôs ao Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o caso Marielle Franco nesta quarta-feira (9) e disse que grilagem de terra foi o principal motor do assassinato da vereadora e de Anderson Gomes, motorista, e não crime de ódio.

Richard trabalhava como secretário de Segurança Pública na época da morte, e participava de uma investigação federal sobre grilagem. Como ele disse,  Ronnie Lessa, assassino confesso de Marielle, era um dos principais nomes investigados.

Após o duplo homicídio, a principal linha de investigação seguiu na questão de grilagem de terras localizadas em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Richard e Rivaldo tiveram reuniões periódicas sobre o caso, e não falavam sobre a hipótese de crime de ódio apresentada no relatório final do caso, escrito pelo delegado Giniton Lages. Rivaldo é reu no caso e investigado como mandante da morte.

Aspas de depoimento

Olavo Evangelista Pezzotti, representante da Procuradoria-Geral da República (PGR), na audiência, foi quem questionou Richard. No depoimento, a testemunha disse que não se falava sobre possibilidade de crime de ódio.


“Crime de ódio só foi aventado comigo nos primeiros dias, nas primeiras semanas, talvez. Poderia ser. Como eu disse, quando traziam essas informações para mim, por não ser um especialista em investigações desse tipo, eu ouvia e questionava. Se fosse um crime de ódio, teria essas características? Depois disso, foi sendo descartado. Eu acredito que, um mês após o crime, já não falávamos mais sobre isso".

Após Richard falar que acreditava que a morte está relacionada à grilagem de terras em Jacarepaguá, Pezzotti questionou por que ele acreditava nisso, ao que o general respondeu:

“Conforme as informações eram trabalhadas e os suspeitos investigados, tínhamos a percepção de que poderia realmente ser daquela região de Jacarepaguá, onde há uma série de atividades ilícitas. A atuação da vereadora Marielle Franco naquela área poderia ter contribuído para gerar esse tipo de animosidade... Foi relatado que ela havia tido reuniões com determinadas associações, aproximando-se delas para esclarecer questões de propriedade e atividades econômicas na região.”

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