Padilha afirma que as lideranças da
Lula Marques/ Agência Brasil - 25/03/2024
Padilha afirma que as lideranças da "frente ampla" que apoia o governo derrotaram "ícones da extrema direita"

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha , comentou, nesta segunda-feira (7), as  derrotas sofridas pela esquerda nas eleições municipais do último domingo (6). Ele destacou, porém, o papel positivo dos partidos que integram a "frente ampla" de apoio ao governo Lula ( PT ). 

Apesar do domínio da centro-direita no pleito, Padilha ressaltou as vitórias em algumas capitais como um reflexo positivo para o governo.

Após uma reunião com o presidente Lula, Padilha afirmou que as lideranças da "frente ampla" que apoia o governo derrotaram "ícones da extrema direita". Ele destacou as reeleições de Eduardo Paes (PSD) no Rio de Janeiro e João Campos (PSB) no Recife, ambos apoiadores de Lula, como exemplos de sucesso da aliança. Paes derrotou o ex-diretor-geral da Polícia Federal, Alexandre Ramagem (PL), enquanto Campos venceu o ex-ministro bolsonarista Gilson Machado (PL).

Ao falar em frente ampla, o ministro aponta para todos os 10 partidos que compõem o governo, parte deles de centro-direita. Um deles, inclusive, protagonizou a principal derrota do PT neste primeiro turno: o ex-prefeito Silvio Mendes (União) derrotou o deputado estadual Fábio Novo (PT) em Teresina. O União Brasil tem dois ministros no governo, mas é oposição ao PT e à esquerda na grande maioria dos estados, como São Paulo, Bahia e Goiás.

Padilha também incluiu o deputado estadual Igor Normando (MDB) em Belém. Candidato do governador Helder Barbalho (MDB), próximo ao governo, ele apoiou Lula em 2022, mas, na cidade, o PT havia endossado a reeleição do prefeito Edmilson Rodrigues.

Centro-direita avança

A centro-direita conquistou grande parte das prefeituras, com partidos como PSD , MDB , PP e União Brasil liderando o cenário político. Juntos, chegaram a mais da metade dos municípios. Já o PL , do ex-presidente Jair Bolsonaro , e o Republicanos, do governador paulista Tarcísio de Freitas , registraram um crescimento significativo, ficando em quinto e sexto lugar, respectivamente.

O PT , embora tenha aumentado o número de prefeituras para 248 e ainda dispute o segundo turno em13 cidades, ficou em nono lugar no ranking dos partidos com mais vitórias, com resultados aquém do esperado. O partido sofreu derrotas importantes em cidades como Teresina ( PI ), Goiânia ( GO ), Campinas ( SP ), Araraquara ( SP ) e Uberlândia ( MG ).

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Complexidades regionais

Segundo o UOL, em alguns lugares, a avaliação trouxe algumas “complexidades”. Em Goiânia, por exemplo, o bolsonarista Fred Rodrigues (PL) saiu de quarto nas pesquisas para a primeira colocação e venceu a deputada Adriana Accorsi (PT-GO). O ex-deputado Sandro Mabel (União) segue na disputa do segundo turno. Ele é o nome do governador Ronaldo Caiado (União), opositor do governo.

Em algumas regiões, partidos aliados a Lula nacionalmente não têm o mesmo apoio localmente. Em São Paulo, por exemplo,  o prefeito Ricardo Nunes (MDB), apoiado por Bolsonaro, busca a reeleição, apesar de seu partido fazer parte da base de Lula no governo federal.

Em Curitiba, o segundo turno ficou com partidos mais próximos de Bolsonaro, entre o vice-prefeito Eduardo Pimentel (PSD), nome do prefeito Rafael Greca (PSD) e do governador Ratinho Júnior (PSD), e a jornalista Cristina Graeml (PMB). Apesar de ter três ministros no governo, o PSD paranaense é um expoente à direita e nada lulista.

“Sabemos da força dessa extrema direita no país, ninguém nega essa força, ninguém nega a capilaridade nacional dessa força. Agora, acreditamos que, no segundo turno, essas lideranças que compõem essa frente ampla do presidente Lula têm todas as condições de derrotar, inclusive, essas lideranças de extrema direita”, afirma Padilha sobre as eleições.

Lula intensifica participação no segundo turno

Diferente do primeiro turno, o presidente Lula deve se envolver mais diretamente nas disputas do segundo turno. Ele já tem viagens marcadas para Fortaleza, onde Evandro Leitão (PT) concorre, e para Belém, onde Igor Normando (MDB), aliado do governo, disputa a prefeitura. Além disso, Lula participará de eventos em Porto Alegre, onde Maria do Rosário (PT) segue na corrida.

Padilha destacou que, apesar das vitórias da direita nas eleições municipais, isso não necessariamente representa uma derrota para Lula em 2026. Ele afirmou que as eleições locais não têm uma ligação direta com a eleição presidencial e que a avaliação do eleitor sobre o governo federal será determinante no próximo pleito.

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