O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) classificou como "grave" o impedimento a candidatura de Corina Yoris , principal opositora de Nicolás Maduro , à eleição presidencial na Venezuela . A fala ocorreu no Palácio do Planalto, ao lado do presidente francês, Emmanuel Macron , nesta quinta-feira (28).
Lula reforçou o posicionamento do Itamaraty, que disse, em um comunicado oficial, acompanhar o processo eleitoral venezuelano com "preocupação". Segundo o chefe do Executivo, não há "explicação jurídica ou política" para o impedimento do registro de Corina Yoris.
"É grave que a candidata não possa ter sido registrada. Ela não foi proibida pela Justiça, parece que tentou usar o computador e não conseguir entrar, isso causou prejuízo à candidatura. Não tem explicação jurídica, política, proibir um adversário de ser candidato. Aqui no Brasil, todo mundo sabe, todos os adversários são tratados nas mesmas condições. Aqui, é proibido proibir, a não ser que tenha restrição judicial", afirmou o petista.
Até o momento, o governo de Nicolás Maduro não respondeu a crítica de Lula, seu antigo aliado. Ao longo desta semana, porém, o Ministério das Relações Exteriores da Venezuela detonou a nota do Itamaraty. Em comunicado, o governo venezuelano afirmou que o texto parece ter sido escrito pelos Estados Unidos .
No início deste mês, Lula afirmou que esperava uma eleição limpa na Venezuela e pediu presunção de inocência a Maduro. "Nós temos que garantir a presunção de inocência até que haja as eleições para que a gente possa julgar se ela foi democrática. E eu espero que seja. Acho que a Venezuela precisa disso, acho que o Maduro precisa disso e acho que a humanidade precisa disso", declarou, na ocasião.
Eleição tumultuada
O processo eleitoral na Venezuela está sendo polêmica. Principal opositora de Maduro, María Corina Machado foi inabilitada pela Suprema Corte venezuelana. Para o seu lugar, o grupo de oposição escolheu Corina Yoris, que não conseguiu se candidatar no último dia de registro.
Desta forma, o principal nome para derrotar Maduro virou o governador de Zulia e ex-presidenciável Manuel Rosales . A eleição está marcada para acontecer em 28 de julho.
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