O ex-deputado estadual Delegado Cavalcante e o ex-presidente Jair Bolsonaro
Reprodução/Facebook
O ex-deputado estadual Delegado Cavalcante e o ex-presidente Jair Bolsonaro

O ex-deputado estadual Delegado Cavalcante (PL) foi condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) à inegibilidade por oito anos. Por 6 votos a 1, a condenação foi pautada por incitação de violência e disseminação de informações falsas durante as eleições de 2022.


No dia 7 de setembro de 2022, foi realizado um comício em Fortaleza. Cavalcante, então candidato a deputado federal, atacou as urnas e disse que,  caso Bolsonaro não ganhasse no primeiro turno, ganharia "na bala".

"Se a gente não ganhar nas urnas, nós vamos ganhar na bala! [...] Não tem nem por onde, vamos ganhar na bala. Urna tem que ser confiável. E o nosso presidente, se essas urnas tivessem confiança, nós ganhamos no primeiro turno. Não vamos aceitar covardia", bravejou o ex-deputado.

Apesar de não ter sido eleito, conquistou uma cadeira como suplente pelo PL. Entretanto, nesta quinta-feira (14), foi decretado que ele não poderá assumir a vaga em caso de vacância, assim como não poderá disputar eleições pelos próximos oito anos.

Raul Araújo, ministro relator do caso, foi o único que votou por sua absolvição por considerar "insuficiente a influência de seu discurso" no pleito. Já o voto vogal do ministro Antônio Carlos Ferreira, assim como os demais ministros, apontou que seu discurso teve “nítido teor de ataque e descrédito ao sistema eletrônico de votação e à democracia”.

Presidente da Corte Eleitoral, Alexandre de Moraes fez uma relação direta entre o discurso de Cavalcane e os atos golpistas do 8 de janeiro. “O discurso criminoso do então deputado estadual e delegado de polícia, um discurso antidemocrático e golpista, é exatamente o discurso que foi propagado e fermentado nos anos anteriores. O discurso que foi passado nas redes sociais, incentivando milhares de pessoas a invadirem e destruírem as sedes dos Três Poderes , enquanto autoridades covardes como essa ficavam atrás de seus gabinetes”, disse o magistrado.

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