O senador e ex-vice-presidente da República, Hamilton Mourão (Republicanos-RS), divulgou uma nota nesta sexta-feira (9) para tentar explicar sua fala do dia anterior (8), em que falou para comandantes das Forças Armadas a não se omitirem contra a "condução arbitrária de processos ilegais".
Na nota, Mourão afirmou que não incitou nem se referiu a nenhum tipo de ruptura institucional ou golpe, e que disse em seu discurso que era preciso "afastar claramente qualquer postura que seja radical, de ruptura".
O senador afirma que é legalista e que conclamou os comandantes porque entende que os processos envolvendo militares deveriam tramitar na Justiça Militar e não na justiça comum, com o Supremo Tribunal Federal (STF).
"A referência feita é relacionada a processos ilegais conduzidos em casos envolvendo militares da ativa e à necessidade de ação das Forças Armadas e da Justiça Militar, na instauração de inquéritos policiais militares (IPM) para a condução de investigações, em caso de militares da ativa supostamente envolvidos em irregularidades, no exercício de cargos e funções de natureza militar", diz trecho da nota.
"O senador é e sempre será legalista, guiando todas suas ações na vida pública sempre com respeito à Constituição e às leis."Nesta quinta, o general afirmou: "No caso das Forças Armadas, os seus comandantes não podem se omitir perante a condução arbitrária de processos ilegais que atingem seus integrantes ao largo da Justiça Militar. Existem oficiais da ativa sendo atingidos por supostos delitos, inclusive oficiais generais. Não há o que justifique a omissão da Justiça Militar".
Depois do discurso da quinta-feira (8), a bancada do Psol na Câmara dos Deputados acionou o Supremo para pedir a prisão preventiva e a quebra de sigilo telefônico do senador por suposto atentado contra a democracia e o Estado de Direito.
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