Nesta quinta-feira (1º), a Polícia Federal (PF) efetuou a prisão preventiva de um pai e seu filho durante a Operação I-Fraude, que investiga a invasão de sistemas federais e o vazamento de dados de autoridades e figuras públicas. Os suspeitos foram encontrados em casa em Vinhedo (SP) durante a manhã, e, posteriormente, tiveram a prisão confirmada pela Justiça Federal de Campinas em audiência de custódia.
De acordo com apuração do G1, a PF cumpriu mandados de busca e apreensão na residência dos envolvidos, revelando que a dupla fazia parte de uma organização criminosa que hackeava sistemas federais, roubava dados e os comercializava em redes sociais. Entre as vítimas identificadas pela GloboNews, está o ministro Luís Roberto Barroso , presidente do Supremo Tribunal Federal (STF).
A quadrilha, segundo a PF, atendia diversos clientes, incluindo membros de facções criminosas e integrantes das forças de segurança, como policiais. A suspeita é que o esquema criminoso tenha movimentado pelo menos R$ 10 milhões entre 2010 e 2024. A Justiça Federal determinou o bloqueio de cerca de R$ 4 milhões nas contas dos investigados.
Operação
A Operação I-Fraude, que teve início na quarta-feira (31), foi realizada em cinco estados brasileiros. Os mandados de prisão foram solicitados após a identificação de uma invasão de banco de dados de sistemas federais. A investigação revelou a existência de um painel de consulta disponível em redes sociais, com aproximadamente dez mil assinantes realizando cerca de dez milhões de consultas mensais.
Os usuários do painel incluíam membros de facções criminosas e integrantes das forças de segurança, que recebiam o serviço gratuitamente mediante envio de foto da carteira funcional para comprovação de identidade. As penas para os crimes de invasão de dispositivo informático, lavagem de bens ou valores e organização criminosa podem chegar a 23 anos de reclusão. As investigações continuam para verificar possíveis envolvimentos em outros crimes.