O atual ministro da Justiça, Flavio Dino
, negou qualquer tipo de interferência do governo nas operações da Polícia Federal
. Em entrevista coletiva, no Palácio do Planalto, o ministro afirmou que o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva
(PT), nunca o procurou para intervir em investigações.
"A Polícia Federal não pode ser acusada, porque ela não inventa investigação, as investigações nascem de indícios”, declarou Dino, nesta quarta-feira, 31. "Afirmo cabalmente que nesses 13 meses o presidente não me pediu nada, nada. Nem pra investigar, nem pra deixar de investigar. Nenhum ministro de Estado se dirigiu a mim para pedir qualquer coisa", assegurou.
A declaração de Dino ocorre após o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) dizer que a operação de busca da Polícia Federal contra seu filho, o vereador Carlos Bolsonaro (PL), tinha a intenção de o "esculachar". Segundo a operação da PF, Carlos teria recebido informações da Abin paralela .
Na cerimônia desta quarta, Dino ainda mostrou dados sobre a atuação de seu ministério no combate à criminalidade, incluindo números sobre o combate à corrupção pela Polícia Federal. Segundo o ministro, a PF realizou 227 operações de combate à corrupção em 2023, recuperando R$ 897 milhões.
O evento fez parte do último de Dino à frente do Ministério da Justiça. O juiz deixa o cargo para assumir, em 22 de fevereiro, uma cadeira no Supremo Tribunal Federal (STF). Antes disso, ele reassume por algumas semanas seu mandato como senador, para o qual foi eleito em 2022.