Paulo Gonet tomou posse como novo chefe da Procuradoria-Geral da República (PGR) em cerimônia realizada nesta segunda-feira (18), após ser indicado para o cargo pelo presidente Lula (PT). No discurso, Gonet garantiu que o Ministério Público Federal (MPF) "não será palco nem holofote".
Gonet também afirmou, em visível contraste a chefia de Augusto Aras, que há "um passado a resgatar, um presente a nos dedicar e um futuro a preparar". "O Ministério Público Federal vive um tempo crucial", disse.
O evento teve participação de autoridades: o presidente Lula (PT), o vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, e os presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), respectivamente.
Também estavam no local ex-procuradores-gerais da República como Augusto Aras, Rodrigo Janot, Roberto Gurgel, Raquel Dodge e Antonio Fernando, além de Elizeta Ramos, que assumiu a PGR interinamente após o fim do mandato de Aras. Paulo Gonet é subprocurador-geral desde 2012, último grau de carreira no MPF.
Lula cobra Gonet e garante autonomia
Durante a cerimônia de posse, o presidente Lula abriu mão de seu discurso, mas fez recados ao novo PGR, afirmando que ele não deve "se submeter à manchete de nenhum jornal e à manchete de nenhum canal de televisão".
O presidente da República disse que Gonet "nunca" receberá pedido seu, e pontuou que deve ter apenas uma preocupação: "fazer com que a verdade, e somente a verdade, prevaleça sobre qualquer outro interesse".
A fala do mandatário remonta às políticas ostensivas da Operação Lava Jato – que levou Lula à prisão por 580 dias –, a qual Gonet já se posicionou de maneira contrária. Na primeira fileira, assistiram ao evento ex-procuradores que foram ativos na Lava Jato, como Rodrigo Janot.