Elizeta Ramos é a subprocuradora-geral que assume interinamente a Procuradoria-Geral da República (PGR) após o término do mandato de Augusto Aras. Ela ocupará o cargo até que o novo procurador-geral seja indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e aprovado pelo Senado.
Lula ainda não definiu o novo PGR, mas dois nomes são favoritos para a posição: Paulo Gonet, vice-procurador-geral eleitoral, e Antônio Carlos Bigonha, subprocurador-geral. A PGR tem a responsabilidade de pedir a abertura de inquéritos para investigar autoridades , incluindo o presidente, ministros, deputados e senadores.
Quem é Elizeta Ramos?
Elizeta Ramos é natural do Rio de Janeiro, tem 69 anos e ocupou recentemente a vice-presidência do Conselho Superior do Ministério Público Federal. Ela é formada pela Universidade Gama Filho e ingressou no MPF em 1989. Em 2006, tornou-se subprocuradora-geral.
Ramos lidera a Câmara de Controle Externo da Atividade Policial e Sistema Prisional, onde avalia as atividades policiais no país.
Foi ela quem pediu explicações à PRF (Polícia Rodoviária Federal) sobre bloqueios em rodovias após a eleição de 2022, sob o comando do então superintendente Silvinei Vasques, preso desde agosto em Brasília.
Apoio a Sergio Moro à vaga de ministro da Justiça no governo Jair Bolsonaro
A nova PGR interina também atuou como procuradora eleitoral substituta e esteve envolvida em várias áreas dentro do MPF. Ramos assinou uma nota de apoio à nomeação de Sergio Moro como ministro da Justiça em 2018, juntamente com outros procuradores.
No final do ano passado, a subprocuradora ganhou destaque nas redes sociais ao expressar sua insatisfação com o serviço de transporte fornecido aos membros da Procuradoria-Geral da República. Ela manifestou seu desagrado pelo fato de ter "perdido" seu motorista, que estava de férias por três meses, e solicitou medidas para resolver a falta de outro motorista disponível para buscá-la em casa e levá-la a uma reunião importante.
Reclamação pública sobre falta de motorista aos procuradores da PGR
"Eu prontamente pedi um Uber." E acrescentou: "Mas será que um subprocurador pode usar Uber? Sim, graças a Deus e felizmente.", comentou em suas redes sociais.
Elizeta desempenhou um papel crucial como corregedora do MPF em junho de 2020, quando ordenou a abertura de uma investigação para examinar a conduta da subprocuradora Lindôra Araújo na base da Lava Jato em Curitiba, especificamente em relação ao acesso a informações do banco de dados das investigações conduzidas pela antiga força-tarefa.
À época, os procuradores da Lava Jato acusaram a PGR de tentar obter informações sem fornecer esclarecimentos sobre a existência de um procedimento formalizado ou um escopo definido para essa investigação.