A ministra da Saúde, Nísia Trindade, afirmou que o governo vai investigar declarações falsas sobre vacinas feitas em reunião da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados, presidida pela deputada Bia Kicis (PL-DF). O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu que a desinformação sobre a saúde se torne um crime.
Nísia participou nesta terça-feira (12) do programa "Conversa com o Presidente" ao lado de Lula, e disse que o ministério quer combater a "estratégia deliberada de usar falsas informações científicas".
Durante reunião da Comissão da Câmara em novembro, médicos convidados pelos deputados afirmaram que as vacinas, sobretudo a da Covid-19, podem causar problemas de saúde e até a morte. "Tudo fake news, sem base científica, mas parecendo como se fosse informação científica, então isso confunde a população", disse Nísia.
"O que nós fizemos foi criar um programa, que é o Saúde Com Ciência, junto com a Secom, com a Advogacia-Geral da União, com a Controladoria-Geral da União, para que esses casos sejam investigados", completou a ministra, acrescentando que espera que o Conselho Federal de Medicina tome atitudes contra os médicos que participaram da sessão.
Na reunião de novembro, deputados se posicionaram contra a inclusão da vacina contra a Covid-19 para crianças de 6 meses a 5 anos no Programa Nacional de Imunização, defendida por Nísia. Na ocasião, Bia Kicis chegou a chamar o imunizante de "terapia gênica" e disse que as pessoas deveriam escolher se "querem tomar vacina diante de efeitos adversos". A segurança e a eficácia das vacinas contra a Covid-19 já foram comprovadas cientificamente em crianças, adultos e idosos.
Lula completou a ministra afirmando que "é necessário criminalizar as pessoas que estão contando mentiras sobre uma questão tão importante, que é a gente vacinar o povo brasileiro, sobretudo as crianças".
"Quando você tem um facínora qualquer que resolve fazer propaganda contrária [à vacinação], nós temos que processá-lo criminalmente, porque não tem outra saída para lidar com gente desse tipo, negacionista", declarou Lula.