Os ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques possuía fotos dos ditadores alemão Adolf Hitler e do italiano Benito Mussolini em seu celular. No aparelho também foram encontradas imagens empunhando armas e ao lado da família Bolsonaro.
O conteúdo foi encontrado pela Polícia Federal (PF), que apreendeu o celular e disponibilizou as imagens para Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro.
Na perícia também foram encontrados áudios recebidos por Silvinei, que é aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), com xingamentos e cobranças sobre os bloqueios das rodovias federais pela PRF no dia do segundo turno das eleições de 2022. As informações foram divulgadas pela coluna da jornalista Malu Gaspar, no O Globo.
Silvinei é investigado pela obstrução das estradas durante o segundo turno das eleições presidenciais do ano passado e improbidade administrativa por declarar voto público a Bolsonaro. Desde agosto ele está preso preventivamente, após decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes .
Os arquivos foram encontrados após a CPMI solicitar a quebra dos sigilos fiscal, bancário, telefônico e telemático de Silvinei Vasques sob a justificativa de que o ex-diretor-geral da PRF teria mentido durante depoimento ao colegiado. Posteriormente o pedido foi suspenso pelo ministro Nunes Marques , que classificou a solicitação da Comissão como "genérico", "abstrato" , além de entender como um risco à privacidade de Silvinei.
A decisão do magistrado faz com que na prática, as informações obtidas pelos parlamentares a partir da perícia da Polícia Federal no celular de Silvinei, não possam ser utilizadas no relatório final da CPMI que será votado nesta terça-feira (17).
Nas imagens encontradas no celular, haviam fotos de Silvinei segurando uma bazuca e do escudo da PRF feito com munição.
Também havia fotos ao lado de Bolsonaro e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, durante as comemorações do 7 de Setembro , em Brasília, no ano passado. A atuação do então presidente na data é julgada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em três ações, que tratam sobre suposta promoção da candidatura à reeleição dele durante a celebração oficial do Bicentenário da Independência
Procurado pelo O Globo, o advogado do ex-diretor-geral da PRF, Eduardo Pedro Nostrani Simão, disse desconhecer a existência de áudios e fotos no celular.