Dino pede 'três esferas' no combate às mortes causadas pela polícia

O governo é criticado pelo aumento da insegurança pública nos últimos meses

Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil - 24/07/2023
Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino

O ministro da Justiça e da Segurança Pública, Flávio Dino , pediu um "acompanhamento mais profundo e atento sobre as três esferas da Federação que atuam na Segurança". O ministério está sendo pressionado para ser desmembrado e seja criado uma pasta só para Segurança.

"Estamos sempre prontos ao diálogo. Por isso mesmo, sustento uma premissa: inteligência em segurança pública não é uma espécie de "pedra filosofal", que exclui a necessidade de uso comedido e proporcional da força. Nem a força é uma "pedra filosofal" que implique dar tiros a esmo, sem inteligência", afirmou Dino.

O governo é criticado pelo aumento da insegurança pública nos últimos meses. Na Bahia, mais de 60 pessoas morreram em combate com policiais somente no mês de setembro. No Rio de Janeiro, a morte de Heloísa, de 3 anos , e um treinamento de guerrilha de bandidos no Complexo da Maré também elevam as críticas.

Na última sexta (29), quatro homens foram mortos durante uma operação policial em Santo Amaro, no Recôncavo baiano . Com esse caso, já chega a 68 o número de mortos em confrontos com a polícia no estado durante o mês de setembro.

Sobre a possível separação da Justiça e da Segurança Pública no ministério, Dino diz que "existe sim uma Política Nacional de Segurança Pública aprovada por Lei, que está sendo executada com planos, programas e ações articuladas, sem descuidar das imprescindíveis ações emergenciais. Chamar esse esforço de "sopa de letrinhas", além de ser panfletário, desrespeita dezenas de profissionais que estão se dedicando ao tema com seriedade e responsabilidade".

Nesta segunda-feira (2), o governo lança um plano de quase R$ 900 milhões para o combate a organizações criminosas .

"O Programa ENFOC, destinado a fortalecer o enfrentamento às organizações criminosas, foi elaborado nos últimos 3 meses, com participação de profissionais federais e estaduais. O ENFOC prioriza ações de investigação, inteligência e descapitalização das quadrilhas.", escreveu o ministro da Justiça e da Segurança Pública.