O ministro Luís Roberto Barroso tomou posse nesta quinta-feira (28) da presidência do Supremo Tribunal Federal. Em seu discurso, ele afirmou que o poder judiciário precisa trabalhar para defender a democracia e que o país precisa passar por uma pacificação.
"O país não é feito de nós e eles. Somos um só povo", falou o magistrado em seu discurso. “O sucesso do agronegócio não é incompatível com a preservação ambiental. Pelo contrário. O enfrentamento à corrupção não é incompatível com o devido processo legal. Estamos todos no mesmo barco. Se ele naufragar o naufrágio é de todos".
Na cerimônia, Barroso defendeu a diversidade e a necessidade do STF defender as liberdades individuais, principalmente das minorias.
“Aumentar a participação de mulheres nos tribunais, com critérios de promoção que levem em conta a paridade de gênero. E, também, ampliar a diversidade racial", declarou o magistrado.
“Há quem pense que a defesa dos direitos humanos, da igualdade da mulher, da proteção ambiental, das ações afirmativas, do respeito à comunidade LGBTQIA+, da inclusão das pessoas com deficiência, da preservação das comunidades indígenas são causas progressistas. Não são”, pontuou.
Barroso agradece Dilma
Durante a cerimônia, Barroso aproveitou para agradecer a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), que o indicou para ocupar uma cadeira no STF.
“Ela o fez da forma mais republicana possível. Não pediu, não insinuou, não cobrou”, declarou. Ele também agradeceu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que compareceu à posse um dia antes de realizar a cirurgia no quadril.
A cerimônia recebeu muitas pessoas, já que boa parte fez questão de acompanhar a apresentação de Maria Bethânia, responsável por cantar o Hino Nacional. A artista participou gratuitamente. “Muito lindo”, elogiou o ministro após o término da canção.
Com o fim da posse, Barroso participará de uma festa organizada pela AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros). O evento ocorrerá em um salão de festas luxuoso e cada ingresso – todos foram vendidos – custou R$ 500.