O tenente-coronel e ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cid , recebeu um estudo sobre o "poder moderador dos militares" após reunião com o ex-presidente e as Forças Armadas 15 dias depois do segundo turno das eleições do ano passado. As informações são do jornal O Globo.
Bolsonaro realizou uma reunião as escondidas no Palácio do Alvorada em 14 de novembro com a cúpula das Forças Armadas e militares do governo para discutir detalhes de um plano golpista , segundo O Globo. No encontro estavam também o então ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, e o general Braga Netto.
Dois dias após a reunião, Mauro Cid recebeu sobre o "poder moderador dos militares", uma teoria dos bolsonaristas que defende uma intervenção militar. o tenente-coronel também recebeu outros documentos que visavam estudar a "decretação do estado de defesa ou de sítio" e a "garantia dos poderes constitucionais".
"Entende-se que a GPC (garantia dos poderes constitucionais) ocorre em situações de não normalidade, caracterizada pela intervenção da União nos Estados ou no Distrito Federal, ou pela decretação do estado de defesa ou do estado de sítio. Essas possibilidades possuem enquadramento no texto constitucional, e o emprego das Forças Armadas seria regulado a partir de um decreto presidencial (legalidade). Essas possibilidades são as apontadas pela doutrina majoritária como sendo o emprego da FA em GPC", diz parte do estudo encontrado no telefone de Mauro Cid.
Cid ainda confirmou à Polícia Federal o encontro de Bolsonaro com as Forças Armadas após as eleições para discutir sobre a minuta golpista. Ademais, o ex-ajudante de ordens, o assessor especial para Assuntos Internacionais, Filipe Martins, entregou uma minuta de decreto que instituía novas eleições no dia 18 de dezembro de 2022 , segundo o UOL.
A defesa de Mauro Cid alegou que "não tem os referidos depoimentos, que são sigilosos, e por essa mesma razão não confirma seu conteúdo".